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Protocolos de cuidados médicos mudaram até 4 vezes num único mês para atender gestantes com Covid

Desde o início da pandemia do novo coronavírus houve, em todo o mundo, tentativas de salvar pessoas infectadas pelo vírus SARS-Cov-2, principalmente as mulheres grávidas. Algumas complicações na gravidez transformavam essas pessoas em pacientes com comorbidades e mais vulneráveis ao desenvolvimento da forma mais agressiva da nova doença.

Duzentas e oitenta e duas mulheres grávidas foram encaminhadas ao Hospital Estadual Jayme Santos Neves, referência para o tratamento de Covid-19 e para gravidez de alto risco. Vinte morreram, segundo dados do próprio hospital.

Dentre as vítimas, Thaíssa Souza, publicitária de 30 anos, deixou o bebê José, nascido prematuro por agravos da gravidez devido à Covid-19. Depois do parto, ela ainda resistiu por 23 dias entubada, mas, infelizmente, morreu, deixando mais um filho, Heitor, 4.

O marido dela, Victor Gatto, policial militar, contou que ainda está se adaptando à nova vida. “Devo muito ao suporte que a família de Thaíssa tem me dado. Eles me ajudam muito no cuidado de Heitor e José”.

Drama para todos

A perda das mulheres causou sofrimento para as famílias e também toda equipe médica. Os profissionais envolvidos no atendimento mudaram de protocolo de atendimento mais de cinco vezes em um único mês.

Para médicas e enfermeiras, que viram apenas três ,mães morrerem 7 anos de trabalho, a pandemia era um pesadelo de estafa e apreensão sobre quadros de gestantes e bebês em risco de perder a vida para um inimigo invisível.

Hoje, com a vacinação avançando, o número de leitos do hospital não chega à lotação máxima. Mas, durante a pandemia, chegaram a uma ocupação de mais de 100%, com a mudança da função de determinadas alas para dar conta do quantitativo excedente de pacientes, entre eles os bebês prematuros.

Tão incertos eram os dias, mesmo compartilhando informações e métodos de tratamento com equipes hospitalares de todo o país, que chegou-se a dividir decisões sobre fazer ou não um parto com os familiares.

“A primeira diretriz na pandemia era fazer o parto tão logo fosse identificada a infecção por Covid-19 nas mulheres grávidas com algum fator complicador, entre eles pressão alta. Um pouco mais adiante, a diretriz era manter a criança no útero o quanto fosse possível”, conta a médica, Ana Raquel Farranha.

“Chegamos ao ponto em que começamos a tomar a decisão junto com familiares pois, em alguns casos mais graves, não havia certeza sobre qual seria o melhor procedimento que garantisse 100% a vida tanto da mãe quanto do bebê”. completa a médica.

Órfãos

Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (ArpenBrasil), no Espírito Santo, 261 crianças entre 0 e 6 anos ficaram órfãos porque perderam os pais para a Covid-19.

“Esta reportagem é uma produção do Programa de Diversidade nas Redações, realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative”

FOTO DESTAQUE: Prefeitura de Cachoeiro

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