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Aumenta derrubada de árvores e moradores de Manguinhos reagem

O aumento de retirada de árvores em área de Mata Atlântica, em Manguinhos, na Serra, deixa os moradores do balneário cada dia mais indignados e preocupados. A situação foi antecipada por ES Hoje em uma série de reportagens no início do mês de novembro. A população local contesta a construção de um condomínio com mais de 130 lotes.

A Zona de Proteção Ambiental (ZPA) é uma área geográfica delimitada por lei (geralmente em nível municipal ou estadual, dentro do contexto do Zoneamento Ambiental do município) que possui o objetivo primordial de preservar e conservar o meio ambiente, seus recursos naturais (como água e solo), ecossistemas e biodiversidade, garantir o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida e estabelecer restrições específicas ao uso e ocupação do solo para evitar a degradação ambiental nessas áreas sensíveis.

Baseados neste conceito os moradores de Manguinhos, na Serra, se unem contrários à obra de condomínio de luxo.

Outra situação que preocupa é que, além da retirada de parte da vegetação remanescente da Mata Atlântica, a mudança na rotina local. O balneário é espaço que reúne cultura e um cotidiano de vila.

Aumenta derrubada de árvores e moradores de Manguinhos reagem
Foto reprodução: Mariah Friedrich

Considerado patrimônio imaterial por conta da roda de capoeira e do ofício de mestres de capoeira, biólogos e museólogos que atuaram para instituto de pesquisa contratado pela empresa, registraram “situações difíceis” ou “complicada tratativa”, segundo ata da reunião. Na oportunidade o superintendente do Iphan-ES, Joubert Jantorno Filho, comentou que na comunidade de Manguinhos é perceptível a existência de grupo com grande engajamento social e presença de lideranças com legitimidade de representação.

Jantorno apontou a preocupação desses representantes “com a gentrificação da comunidade de Manguinhos que se transforma rapidamente de uma vila de pescadores em um espaço habitacional das classes médias altas”.

Aumenta derrubada de árvores e moradores de Manguinhos reagem

Guilherme Lima, presidente da Associação de Moradores (Amman), destacou que apesar das apresentações por parte da empresa responsável pelo empreendimento, a população não aprova qualquer empreendimento. Ele destaca que outras construtoras estão ocupando pontos no balneário, provocando outros impactos deixando-o preocupado.

“Pessoalmente, eu Guilherme, sou contra a qualquer projeto de construção naquela área. Para mim, nenhuma árvore poderia ser retirada, porque foi assim que fomos criados”.

De acordo com a mestre e doutora em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Cristina Engel, os prejuízos de se devastar esta ou qualquer área de mata não é apenas para Manguinhos e região, mas para a cidade da Serra e toda sociedade.

“Área de proteção ambiental é a que se preserva algum remanescente, como em Manguinhos, a mata atlântica. É importante que as pessoas entendam que quando preserva esse resíduo ambiental ajuda todo entorno na manutenção da fauna e flora, filtragem do ar. O beneficio é mais do que preservar as árvores, mas o que não está preservado no entorno. A drenagem de águas urbanas, porque quanto mais asfalto e pavimentação mais fica difícil essa drenagem, e área de preservação ajuda a filtragem, a drenagem e ajuda a cidade a respirar”, explicou.

Área total

O projeto do empreendimento abrange uma área de 130.030,00m², com perímetro de 1.921m, limitando-se com a BR ES-010, com o rio Manguinhos, com Helena Neves do Rosário e com herdeiros de Dilah Almeida de Carvalho Britto e Pedro de Carvalho Britto, situado no Bairro de Manguinhos.

O condomínio residencial projetado é horizontal fechado, com 42.062,90m² de área privativa, 120 casas, bosque ecológico com mais de 50.000 m2 de área preservada, piscina, área social para festas, quadra poliesportiva, espaço ZEN, trilhas de caminhadas ecológicas. Para isso serão desenvolvidas atividades de terraplenagem com corte e aterro em 50% do terreno (para áreas privativas e arruamento).

Por nota a prefeitura da Serra que no momento não há projeto ou pedido de licenciamento na Prefeitura. “O que existe é um pedido para construir um acesso à área. O zoneamento naquela região é restritivo e deve ser feito com aprovação dos órgãos competentes. Inclusive, para supressão de vegetação é necessária licença junto estado, por meio do Idaf”.

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