Vinte e duas pessoas morreram no Espírito Santo, de 1º de janeiro a março deste ano, durante intervenções policiais. No mesmo período do ano passado, os confrontos com agentes do estado provocaram a morte de 27 pessoas. Nessa terça-feira (22) um jovem foi vítima dessa realidade, em Vila Velha, na Grande Vitória.
Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (SINESP), do Ministério da Justiça, apontam um aumento preocupante nas mortes por intervenção policial no Espírito Santo: foram 78 casos registrados em 2024, contra 58 em 2023, um crescimento de 20 ocorrências. Os números posicionam o estado em 18º lugar no ranking nacional.
Somando mortes em confrontos policiais ou homicídios, o primeiro trimestre de 2025 chegou a 190 ocorrências, além de mais 9 feminicídios, 7 latrocínios (roubo com morte) e 4 vítimas de lesão corporal seguida de morte. Dos 210 registros pela segurança pública capixaba, 44% foram na Região Metropolitana, 24% no Norte capixaba, 16% no Noroeste e 10% no Sul. O menor percentual foi registrado na Região Serrana.
Os dados foram discutidos durante reunião do Comitê Estadual de Monitoramento do Uso da Força, realizada nesta quarta-feira (23).Criado para acompanhar o uso da força por profissionais de segurança pública no Espírito Santo, o Comitê tem a missão de analisar e propor melhorias nas ações policiais e nas políticas de segurança. Entre suas atribuições está a elaboração de relatórios com orientações baseadas no Decreto nº 12.341/2024, que define regras sobre como e quando agentes podem usar a força e instrumentos de menor potencial ofensivo.