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segunda-feira, 3 de março de 2025
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Março chega com a 5ª onda de calor do ano; veja a previsão

Por Climatempo*

Março marca o início da transição do verão para o outono. Na maioria das áreas do Brasil, as médias de precipitação de março são naturalmente menores do que as observadas de dezembro a fevereiro. Apenas no norte do Nordeste e na metade norte da Região Norte, as médias de precipitação de março são as primeiras ou segundas mais altas na escala anual.

Outono

O equinócio de outono (início oficial da estação) em 2025 ocorre às 6h02 do dia dia 20 de março. A estação se prolonga até às 23h42 do dia 20 de junho, quando se inicia o inverno.

Onda de calor e bloqueio atmosférico

O mês de março de 2005 começa com uma situação de bloqueio atmosférico que estabelece uma nova onda de calor sobre o Brasil. Será a quinta onda de calor neste ano e deve persistir pelo menos até o dia 5 de março.

As projeções indicadas por vários modelos atmosféricos apontam que este bloqueio poderá se prolongar até por volta do dia 10 de março. A partir daí, a previsão é de que ocorram grandes mudanças na circulação de ventos sobre América do Sul permitindo que as frentes frias voltem a avançar sobre a Argentina e cheguem ao Brasil.

O rompimento do bloqueio atmosférico, que só deve acontecer após o dia 10 de março, vai permitir que áreas de baixa pressão atmosférica voltem a se formar pelo interior do Brasil, contribuindo para a organização diária de instabilidade.

Com o aumento da chuva e as frentes frias voltando a avançar pela costa do Sul e do Sudeste durante a segunda quinzena de março, as temperaturas tendem a baixar fazendo com que as médias finais fiquem mais próximas da normalidade. Ainda assim, o mês deve terminar com temperaturas dentro a a acima da média na maioria das áreas do país.

Frentes frias na costa do Sudeste

Então, na maior parte da primeira quinzena de março, as frentes frias só devem alcançar o extremo sul do Brasil, passando apenas pela costa gaúcha. A possibilidade de passagem de frentes frias pela costa da Região Sudeste será apenas durante a segunda quinzena de março.

La Niña

O fenômeno La Niña ainda está ativo, mas cada vez mais fraco. O oceano Pacífico Equatorial, na porção mais próxima ao litoral do Peru, vem aquecendo ao longo de fevereiro indicando um enfraquecimento gradual do La Niña.

Atlântico Sul quente aumenta a chuva no litoral do Sul e do Sudeste

O oceano Atlântico Sul, na costa do Sul e do Sudeste do Brasil, está com temperatura acima do normal, o que facilita a formação de áreas de baixa pressão atmosféricas sobre o oceano. Esse tipo de sistema facilita o crescimento de áreas de chuva pelo litoral do Sul e do Sudeste.

Episódios de chuva volumosa podem ocorrer nas áreas litorâneas destas Regiões, porém, as áreas de instabilidade não conseguem se expandir para o interior do continente.

O aumento da ocorrência de chuva pelo interior do Sudeste no Sul e também em áreas como Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal só deve ocorrer a partir do fim da primeira quinzena de março.

Sem águas de março

Com o rompimento do bloqueio atmosférico espera-se que as pancadas de chuva voltem a acontecer com mais regularidade na segunda quinzena do mês, mesmo assim, a persistência do bloqueio atmosférico durante quase toda a primeira quinzena de março, vai reduzir muito o volume de chuva que poderia ocorrer neste mês nestas regiões. Por isso, março deve terminar com chuva próxima ou abaixo do normal na maioria das áreas do Brasil e também com temperatura acima da média.

É preciso frisar que a chuva de março não vem quantidade para repor o que faltou até agora. Não há expectativa de que ocorra o que popularmente se chama de “águas de março”.

ZCIT em posição normal

Por outro lado, a temperatura do oceano Atlântico Tropical está favorável à manutenção da ZCIT – Zona de Convergência Intertropical – na sua posição normal. Isso vai facilitar o avanço das áreas de instabilidade da para a costa norte do Brasil. Vale lembrar que os meses de março e abril são o pico do período chuvoso nesta parte do país.

Esse é um dos principais motivos que devem fazer com que a faixa norte do Nordeste, entre o Maranhão, o Rio Grande do Norte e a Paraíba, tenha chuva acima da média ao longo do mês de março e em abril.

Na Região Norte do Brasil, as pancadas de chuva vão continuar ocorrendo basicamente por causa do calor e da grande disponibilidade de umidade no ar. O avanço de linhas de instabilidade tropicais, que se deslocam lentamente, não raramente provocam chuva volumosa em diversas áreas da Região Norte.

Porém, não há expectativa de formação de sistemas especiais que possam produzir chuva excessiva, de forma generalizada.

ZCAS

Embora haja expectativa de rompimento do bloqueio atmosférico no fim da primeira quinzena de março, é pouco provável que haja condições para a formação de um novo episódio de ZCAS – Zona de Convergência do Atlântico Sul.

É possível que ocorra uma breve organização de algum corredor de umidade, mas sem efetivamente evoluir para uma ZCAS.

 

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