Exibir carros de luxo, viagens internacionais e um alto padrão de vida nas redes sociais pode trazer dores de cabeça com a Receita Federal. Em meio ao período em que todos os contribuintes são convocados a entregar a declaração anual do Imposto de Renda, o órgão intensifica o monitoramento com o apoio da Inteligência Artificial e de outras tecnologias, fazendo o cruzamento de dados financeiros e informações públicas disponibilizadas na internet.
Se detectado que os gastos e o estilo de vida do “contribuinte-ostentação” não estão alinhados com o que foi declarado, ele pode ser alvo de fiscalização e ser obrigado a ajustar as contas com o Leão. Em 2024, a omissão de rendimentos foi responsável por 30% das declarações que caíram em malha fina.

A gerente de Negócios do Sicredi, Aline Soares de Figueiredo Lima, ressalta que há anos a Receita Federal acompanha os passos dos contribuintes nas redes sociais para conferir as informações declaradas e buscar inconsistências e indícios de sonegação de impostos.
“Ao cair na malha fina, é necessário enviar a declaração retificadora e pagar a diferença ao Governo. Caso não concorde, o contribuinte precisa apresentar documentos ao Fisco para comprovar a veracidade das informações”, explica.
Ela afirma que a Receita Federal está cada vez mais equipada e fazendo uso de tecnologia sofisticada, tornando a fiscalização mais rigorosa. “Hoje em dia, as redes sociais não são apenas uma vitrine social, mas também um espaço para observação fiscal. É fundamental que as declarações de Imposto de Renda reflitam a realidade financeira do contribuinte, evitando penalidades e complicações com o Fisco”, orienta Aline Soares de Figueiredo Lima.