Hoje, 7 de março é comemorado o “Dia Mundial da Oração”. Na nossa edição desta sexta-feira (7) do ES Hoje digital temos uma matéria especial sobre o Dia Mundial da Oração. A matéria fala sobre os benefícios físicos e mentais da oração. Estudos em neurociência comprovam que a prática da oração ativa regiões do cérebro ligadas ao controle emocional e à empatia, e tem o poder de diminuir o stress, sendo um instrumento importante para o bem-estar em meio à nossa rotina maluca.
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Origem do Dia Mundial da Oração
O Dia Mundial da Oração é uma data comemorativa não oficial e celebrada por cristãos protestantes, católicos e ortodoxos em mais de 170 países e que acontece sempre na primeira sexta-feira do mês de março.
A proposta para a criação dessa data partiu de um coletivo de mulheres cristãs dos Estados Unidos e do Canadá, em 1887, como meio de fornecer apoio para mulheres que atuavam em ações missionárias levando o Evangelho de Jesus Cristo às pessoas.
A celebração do Dia Mundial da Oração partiu de mulheres ligadas à igreja presbiteriana, sendo depois acompanhada de ações do tipo por mulheres batistas, em 1891; e por mulheres de diversas denominações cristãs, em 1897. O foco de todas essas iniciativas era fornecer apoio às ações missionárias, sobretudo às mulheres que estava envolvidas nelas; atender às necessidades sociais de mulheres e crianças, e também garantir a paz mundial por meio da obra missionária.
O Dia Mundial da Oração veio a se popularizar em 1926, quando a liturgia usada nos cultos que celebravam o Dia da Oração no Canadá e nos Estados Unidos começou a ser difundida pelo mundo.
Anos depois, em 1968, um comitê internacional foi criado para a celebração desse dia, sendo definido que esse comitê se reuniria a cada quatro anos. O comitê decidiu que o Dia Mundial da Oração seria celebrado anualmente na primeira sexta-feira do mês de março. A partir de 1969, a celebração do dia também passou a ser realizada por católicos, uma vez que a União Mundial de Organizações Católicas passou a fazer parte da celebração.
Então, o Dia Mundial da Oração ressalta os valores da oração como forma de devoção, intimidade e comunhão com Deus, além de uma forma de demonstrar amor ao próximo, intercedendo por suas vidas. Além disso, a data é vista como uma maneira de apoiar ações missionárias pelo mundo e de lutar pela justiça e pela paz.
A disciplina que Jesus ensinou aos discípulos
Eu acho maravilhoso termos um Dia Mundial da Oração, porque nos lembra dessa maravilhosa disciplina que o próprio Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos.

Vamos ver na própria Bíblia o episódio que o próprio Jesus Cristo ensina os seus discípulos a orar, que está em Mateus 6.9-13:
“Portanto, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!”
Muitas pessoas têm memorizado essa Oração que Jesus ensina aos Discípulos, a popular “Oração do Pai Nosso”, para que possam recitá-la constantemente. Na realidade, muitas pessoas a repetem como um mantra, sem sequer saber o que significam as palavras nela contidas, sem refletir sobre o que de fato estão pedindo. Olha o que Jesus diz sobre esse tipo de prática, antes mesmo de ensinar os discípulos a orarem:
No versículo 7 de Mateus 6, Jesus diz: “E, orando, não usem vãs repetições, como os gentios; porque eles pensam que por muito falar serão ouvidos”.
Repetir e recitar frases prontas, sem refletir no seu significado, achando que por muito falar a mesma coisa serão ouvidos por Deus, é uma prática pagã, gentia, como descreve o próprio Jesus. Apesar de a Oração do Pai Nosso ser bíblica e maravilhosa, a intenção de Jesus não foi a de ensinar seus discípulos a repeti-la constantemente, ainda mais sem a devida reflexão. Tanto é que depois que Jesus a ensinou, não há um único episódio no Novo Testamento que algum discípulo a tenha recitado – nem mesmo o próprio Jesus o fez.
Na ocasião de Mateus 6, os discípulos não pediram para Jesus ensiná-los UMA oração, mas para ensiná-los COMO orar (isso é comprovado em Lucas 11:1). Há uma diferença significativa em ensinar uma oração e ensinar como orar. Jesus precedeu Sua oração dizendo, “Portanto, vós orareis assim” (v. 9), o que literalmente significa, “Orem a partir destas linhas”. A oração ensinada por Jesus era um padrão geral para todas as orações. Então, embora a oração do Pai Nosso não seja recitada ao logo do Novo Testamento, os princípios dessa oração estão evidentes em todas as orações do Novo Testamento.
A oração modelo de Cristo

De acordo com o pastor e teólogo John McArthur, a oração modelo de Cristo, ou Oração do Pai nosso, nos ensina a ter comunhão com Deus a partir da petição de seis coisas a Deus:
(1) que o nome de Deus seja honrado: “Pai Nosso que está nos céus, santificado seja o Teu Nome” – que o nome de Deus seja louvado e glorificado em todos os momentos, em todos os lugares, e que, além disso, nosso procedimento de vida como cristãos demonstre que servimos a um Deus Santo. “Santificado seja o Teu Nome”, através da minha vida e também apesar da minha vida.
(2) que Ele traga o Seu reino à terra: “Venha a nós o Teu Reino”. Aqui, além de clamarmos pela segunda vinda de Jesus, quando Ele virá para julgar vivos e mortos – condenar ímpios e glorificar os salvos, a Sua Igreja, inaugurando Seu Reino e Paz e Justiça eterno – também clamamos para que Seu Reino de manifeste já na terra a partir da ação da Sua Igreja no mundo. É o que chamamos de “já” e “ainda não”. Jesus já reina na terra em Sua Igreja, que o reconhece como Senhor e Rei, mas Ele reinará em todo o lugar na ocasião de Sua Vinda, que condenará os ímpios e salvará os justos em Cristo, para que tenham comunhão eterna com Ele.
(3) que Ele faça Sua vontade: “Seja feita a Tua Vontade, assim na terra como no céu”. A vontade de Deus já é feita no céu de forma imediata e perfeita, porque os anjos que não foram expulsos no céu junto com Satanás, vivem lá em constante louvor, adoração e obediência a Deus. Lá, sua vontade é feita de forma imediata. Na Terra, como os homens gozam de livre agência, quem faz a vontade de Deus se forma consciente são aqueles que foram salvos por Jesus, nEle creram e com Ele aprenderam a fazer a vontade do Pai. Muito embora Deus seja soberano, ele nos deu livre agência. Por isso, devemos orar a Ele que Sua vontade seja feita na terra – a começar de nós, passando pela Sua Igreja e até os confins da terra – assim como ela é feita no céu, onde Sua vontade é imediatamente obedecida.

(4) que Ele proveja nossas necessidades diárias: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. Oramos para que Deus nos proveja o nosso pão diário, que significa nossa necessidade de alimentação física. Nós orgulhosamente, achamos que é por nosso esforço que nosso pão de cada dia está na mesa. Mas é Deus que provê chuva, sol e faz com que todos os processos fundamentais da natureza aconteçam para Sua glória e pro nosso bem, para que tenhamos o que comer. Ele dá vida aos animais que também fazem parte de nossa alimentação. E ele é que nos dá o fôlego de vida para trabalhar pelo nosso sustento diário. Então clamamos pelo pão de cada dia sim. Mas não somente o pão físico, sobretudo pelo pão espiritual. Jesus vai dizer que Ele é o pão da vida. “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim jamais terá fome” (João 6.36). Jesus é a Palavra viva. Precisamos de suas palavras para nos alimentarmos espiritualmente e crescermos espiritualmente forte. Precisamos de nosso pão espiritual diário. Portanto, a oração e a meditação diária nas escrituras também representa este pão que pedimos a Deus.
(5) que Ele perdoe os nossos pecados: “Perdoa-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido” ou “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores”. A Bíblia nos diz que somente uma pessoa tem poder para perdoar pecados em todo o Universo, e o nome dessa pessoa é Jesus Cristo. Jesus Cristo concede o perdão dos pecados a todo aquele que nEle crê. A todo aquele que crê em seu sacrifício na cruz do Calvário. A todo aquele que entende que é pecador por natureza e está portanto sujeito à ira de Deus no fim dos tempos. A todo aquele que crê que aquela humilhação na cruz era para si mesmo, pois nós merecíamos aquela morte humilhante por causa de nossos pecados. Mas Ele tomou sobre si mesmo os nossos pecados, morreu a morte que era nossa, para nos livrar da ira de Deus. A ira de Deus caiu sobre Jesus na cruz do Calvário para que não caísse sobre nós.
O sacrifício de Jesus foi substitutivo. Ele tomou sobre si nossos pecados para que todo aquele que crer nesse sacrifício seja salvo da ira de Deus, seja salvo dos pecados, seja tornado justo Nele (em Cristo Jesus) e tenha a vida eterna com Deus.
E uma prova de que fomos perdoados por Jesus é que nós agora conseguimos perdoar aqueles que pecam contra nós. Se nós, que pecamos contra o próprio Deus, fomos perdoados em Jesus, então devemos perdoar também aqueles que pecam contra nós. Que moral temos para não perdoar esses pessoas que pecam contra nós? Nos achamos melhores do que Deus? Nossa disposição em perdoar é uma evidência de que fomos salvos, de que fomos perdoados por Jesus. É uma questão de coerência cristã e simetria.
E, como no corpo dessa carne, infelizmente, mesmo sendo salvos, ainda continuamos pecando contra Deus – não como anteriormente, mas ainda pecamos – precisamos sempre pedir perdão a Deus. E, por meio de Cristo Jesus, ele perdoa as nossas ofensas. Mas Jesus, ao final da oração reitera ao discípulos: “Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês; se, porém, não perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês não perdoará as ofensas de vocês” (Mateus 6.14-15).
E a 6ª coisa que pedimos a Deus é (6) que Ele nos proteja de tentação. “E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal, Amém”. Mesmo estando em Cristo estamos sujeitos a todo o tipo de tentação na carne: no corpo, na alma e na mente. Porque a Bíblia diz que “Satanás, o nosso inimigo, anda ao redor como um leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1 Pedro 5.8). A Bíblia diz que o mundo jaz no Maligno e que o príncipe deste mundo é Satanás. Diante do perigo, Jesus nos ensina a orar ao Pai Nosso para que, ainda que sejamos tentados – o que vai certamente acontecer – ele não nos deixe ceder à tentação, não nos deixe cair em tentação, mas nos livre do Mal – mal, que no original grego quer dizer literalmente Satanás, Diabo, o nosso inimigo. Então pedimos que Ele nos livre de cair em tentação, para que possamos nos preservar limpos e santos, e para que nossa vida glorifique o seu Santo Nome.
Seguindo o padrão de Jesus Cristo
Então a oração modelo de Cristo nos ensina a pedir em nossas oração essas seis coisas a Deus: (1) que Seu nome seja honrado, (2) que Ele traga o Seu reino à terra, (3) que Ele faça Sua vontade, (4) que Ele proveja nossas necessidades diárias, (5) que Ele perdoe os nossos pecados, e (6) que Ele nos proteja de tentação. Cada uma dessas contribui para o objetivo último de toda oração, que é trazer glória a Deus.
À medida que Deus providencia o nosso pão diário, perdoa os nossos pecados e nos protege quando somos tentados, Ele é exaltado em Seu nome, glória e vontade.
Se você entender e seguir o padrão de Cristo para a oração, você pode estar seguro que estará orando como Ele instruiu, e que, seja o que for que você peça em Seu nome, Ele fará, “para que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14:13). É o próprio Jesus que nossa garante isso.
Claro que podemos orar a oração como ela está descrita na Bíblia, e devemos. Mas sempre meditando sobre o seu significado.
E que nossas orações possam refletir esses seis elementos esboçados na Oração dos Discípulos, na Oração do Pai Nosso. Porque, mais do que vãs repetições, Jesus quer conhecer o nosso coração, as nossas orações próprias, porque o principal objetivo da oração é ter verdadeira intimidade com o Senhor Jesus para que, eu tudo, o nome do Senhor seja glorificado.