O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, participou nesta sexta-feira (28) de uma sessão solene na Câmara Municipal de Vitória, proposta pelo vereador Bruno Malias (PSB). O evento reuniu autoridades, atletas e gestores esportivos e teve como tema as perspectivas e os avanços da nova Lei Geral do Esporte, considerada um marco para a modernização da gestão esportiva no país. Bandeira de Melo foi presidente do Flamengo de 2013 a 2018, período em que o clube passou por uma importante reestruturação financeira.
Para o ex-dirigente, a Lei está cumprindo seu papel, mas ainda necessita de ajustes, especialmente no que diz respeito à democratização das decisões dentro dos clubes e à modernização da governança do futebol. “A Lei está cumprindo bem o seu papel. Agora, evidentemente, ela precisa de ajustes, no sentido da democratização das decisões dentro dos clubes e na modernização da governança do nosso futebol”, afirmou.
Sobre a gestão do futebol brasileiro, Bandeira de Melo opinou que o modelo atual ainda é inadequado e prejudicial ao esporte. “Eu penso que todas as questões que estão sendo verificadas hoje, de fracasso no esporte e, sobretudo, no futebol, decorrem de uma governança inadequada, que, com o passar do tempo e alterações na legislação, podemos mudar”, disse.
O ex-presidente do Flamengo também comentou sobre o projeto das SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol), que vem sendo implantado em diversos clubes brasileiros. “A questão do projeto SAF tem sido a solução para muitos clubes tradicionais do futebol brasileiro. É uma mudança no modelo societário, sendo a única saída que muitos deles tinham para sobreviver. No caso do Flamengo, acredito que não temos a menor necessidade de nos transformar em SAF. O Flamengo fez o seu dever de casa e conseguiu reverter a situação sem recorrer a esse modelo”, destacou.
Perguntado sobre o momento atual da seleção brasileira, especialmente após a demissão de Dorival Júnior, Bandeira de Melo foi enfático: “Eu acho que o fracasso da seleção brasileira é decorrente principalmente de um modelo de governança inadequado e anacrônico, e isso se reflete na seleção principal, na seleção sub-20, sub-17, etc. O futebol brasileiro, de uma maneira geral, precisa de um choque de gestão. Acredito que só conseguiremos isso modernizando a governança, estimulando a participação efetiva de clubes, atletas, profissionais do esporte e até árbitros, seguindo modelos que têm dado certo em outros lugares do mundo”, concluiu.











