A maior parte das empresas do setor da construção civil tem previsão de expansão da atividade em 2024. É o que mostra o Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-ES), em sua 42º edição.
O relatório mostrou que no ano de 2023, houve um aumento de 90% nos lançamentos de unidades imobiliárias na região metropolitana da Grande Vitória. Esse ano, a previsão é de 60%, o que é considerado um resultado positivo, visto que mesmo com uma queda, a previsão é vista como otimista por estar acima da metade.
Houve uma alta de 93% em lançamentos de imóveis na Grande Vitória no segundo semestre de 2023, comparado aos lançamentos registrados entre janeiro e junho do primeiro semestre do mesmo ano.
Pablo Lira, diretor presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, destaca que o crescimento dessas construções gera vagas de empregos em todos os municípios que estão aquecidos com a construção. “Podemos afirmar que por onde tem obra, tem emprego e o Espírito Santo vai receber mais de R$ 65 bilhões em investimentos públicos e privados. Com o aquecimento desse mercado, 34 mil postos de trabalhos foram gerados em 2023”, declarou.
O segmento de produção residencial está divido em duas classes; as de médio alto padrão (MAP) e as econômicas, que correspondem ao programa do governo federal, Minha Casa Minha Vida e outros projetos de assistência.
Essas construções são separadas por tipologia, ou seja, um quarto, dois, três e quatro quartos. Desse total, são 35,13% de casas econômicas que totalizam 5.095 casas econômicas e 64,87% de casas de meio alto padrão, ou 9.408 residências, esses valores juntos somam 14.503 casas.
Quando avaliamos o crescimento por município, Vila Velha ganha destaque com o percentual maior das unidades em produção, por estágio de obra. O município canela verde se destaca em primeiro lugar com mais construções na planta, estrutura, acabamento.
O levantamento mostra de julho a dezembro (2º semestre) de 2023 onde foram lançadas 2.855 unidades, sendo 2.796 residenciais e 59 comerciais. Já no primeiro semestre de 2023, foram lançadas um total de 1.479 unidades.
Isso comprova a retomada do mercado, já que desde o primeiro semestre de 2021 o número de lançamentos mantinha-se menor que o número de unidades concluídas, o que poderia ocasionar uma redução no estoque de novos imóveis. O 42º Censo aponta 1.217 unidades entregues no segundo semestre de 2023, sendo que no primeiro semestre foram registradas 2.019 unidades entregues.
Segundo o 42º Censo Imobiliário, estão em produção na Grande Vitória 14.795 unidades, sendo 14.503 residenciais e 292 comerciais. O município canela-verde concentra 7.683 unidades em construção, o que corresponde a 51,9% do total. Em seguida, está o município da Serra, com 24,2%, Vitória com 19,4% e Cariacica com 4,4%.
Mais da metade das unidades residenciais que estão sendo construídas na Grande Vitória, 64,87% (9.408), estão enquadradas no médio e alto padrão (MAP). Já o segmento econômico (ECO) concentra 35,13% (5.095) do total de unidades.
O 42º Censo Imobiliário do Sinduscon-ES apontou que 68,9% do total de unidades em construção já foram vendidas pelas empresas. O município de Vitória é o que apresenta o melhor percentual de vendas: 75,7% das unidades já foram vendidas.
O índice de velocidade de vendas mensal no segundo semestre já não foi tão elevado como em outras edições recentes do censo. No segmento ECO, foi de 5,2%, enquanto no MAP, foi de 6,8%, assemelhando-se a índices históricos pré-pandemia. Eduardo Borges, diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, avalia que, embora com certa redução na velocidade de venda, o momento é de equilíbrio e persiste a confiança no mercado imobiliário capixaba, como pode ser observado na quantidade de lançamentos.
Morar, MRV e Argo são as construtoras que têm o maior número de unidades em construção na Grande Vitória. Em termos da maior área privativa em produção, a lista mantém Morar e MRV, acompanhadas da Grand Construtora.
O Censo Imobiliário, realizado semestralmente pelo Sinduscon-ES, faz um levantamento dos empreendimentos em produção e com unidades à venda, com área de produção superior a 800 metros quadrados, localizados nos municípios com aglomeração urbana na Grande Vitória, ou seja, exceto Guarapari e Fundão. O 42º Censo contou com a participação de 72 empresas.
Previsões e entraves 2024
O Sinduscon-ES também concluiu neste mês de fevereiro a pesquisa de previsão de lançamentos imobiliários, edição 2024, que apura ainda os principais entraves à oferta imobiliária.
Douglas Vaz, presidente da Sinduscon – ES relata a importância desse crescimento. “O crescimento passa pela organização, levando em conta as formas das construções, que podem ser de horizontais ou verticais. Na Serra, por exemplo, não temos muitos empreendimentos em forma de prédio, mas condomínios de casas. Já em Vila Velha, mesmo na orla, o modelo é vertical. Uma outra avaliação que é feita dentro da organização, é o entorno, valorizando as reservas naturais com os parques, e respeitando algumas normas que não permitem determinados tipos de construção”, afirmou.
Realizada com 20 incorporadoras com expressiva quantidade de unidades em produção, a pesquisa revela que 60% delas têm previsão de lançar mais imóveis neste ano do que no ano passado. Embora positivo, o percentual é menor do que o registrado em 2023, quando 90% previam aumentar lançamentos em relação ao ano anterior.
Em termos quantitativos, a previsão é de que sejam lançadas neste ano 5.727 unidades residenciais, predominando a tipologia de 2 quartos (3.412). A pesquisa também mostra que 34% podem estar enquadradas no Minha Casa, Minha Vida.
Os lançamentos residenciais se concentrarão mais em Vila Velha, seguido por Vitória, Serra, Cariacica e Guarapari. (Fundão e Viana não apresentam previsão).
Quanto aos entraves apresentados pelos empresários, cabe destacar que haveria intenção de aumentar a oferta imobiliária, principalmente em Vitória e Vila Velha, se não fossem uma série de entraves.
Em Vitória e Vila Velha, a escassez de terrenos, o Plano Diretor (PDM) restritivo (baixos índices construtivos), burocracia da prefeitura para aprovações e licenças e altas despesas com cartórios de registros de imóveis são citados como entraves ao desenvolvimento imobiliário.
