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De passagem pelo Estado, Fio Maravilha relembra sua passagem pela Desportiva

De passagem pelo Estado, Fio Maravilha relembra sua passagem pela DesportivaNatural de Conselheiro Pena, Minas Gerais, João Batista de Sales ou simplesmente Fio Maravilha marcou época no futebol brasileiro. Além de ter atuado em mais de 100 jogos no Flamengo, conseguiu a façanha de ter uma música em sua homenagem na voz de Jorge Ben Jor, e deixou rastros no Espírito Santo onde atuou pela Desportiva.

Aos 74 anos e morando há 40 em São Francisco, Estados Unidos, o ex-jogador esteve em terras capixabas nesta semana. Fio chegou na última quarta-feira, 31 de junho, para rever alguns amigos e conversou com nossa reportagem, com exclusividade, sobre um pouco de sua carreira, sua passagem pela Desportiva, a felicidade de ter tido uma música em sua homenagem, desentendimento com Zagallo, entre outros assuntos. Confira a conversa:

Início de carreira

“Minha carreira começou quando eu fui para o Flamengo com 15 anos, no final de 61. O início foi muito difícil como é para todos, mas eu dei sortudo, galguei os andares que precisavam chegar e graças a Deus cheguei no final bem tranquilo, sem problema, mas não foi muito fácil não”.

Passagem pelo Estado

“Foi boa, tanto no profissional como familiar também, porque a família da minha ex-esposa é de Vila Velha e eu pude ficar mais próximo. Tivemos tempo para ficar mais próximo da família dela por cinco meses que foi o tempo que estive na Desportiva, eu gostei bastante.

Único problema que aconteceu foi quando eu fui contratado o treinador era o Beto Pretti e depois infelizmente ele não continuou no clube, estava fazendo um excelente trabalho. Foi ruim também porque ele me convenceu e me deu bons motivos para vir ao Estado porque seria uma boa para mim e infelizmente menos de dois meses depois ele saiu. Daí contrataram outro treinador e tive alguns problemas, mas no resto foi tudo tranquilo, graças a Deus”.

Jogo que marcou pela Desportiva

“Eu lembro um jogo que eu não joguei, porque foi contra o Flamengo, justamente o jogo que eu estava esperando. O treinador na época não me colocou, porque para ele eu ia ficar emocionalmente afetado. Depois de jogar tanto tempo eu ia ficar afetado contra o Flamengo?! Tanto não fiquei afetado como quando fui para o São Cristóvão, eu ajudei na vitória por 3 a 2 na vitória contra o Flamengo no Maracanã”.

Reuniões com amigos capixabas

“Antigamente até que eu encontrava muitos amigos que jogaram comigo na Desportiva, quando Jorge Reis ainda estava vivo ele reunia sempre o pessoal para a gente bater um papo, mas com a morte dele eu não tive muito contato com o pessoal não, porque não tenho o telefone de todo mundo, mas sempre que possível eu tento encontrar alguém”.

Carinho pelos capixabas

“Eu tenho muito carinho pelo pessoal, sempre me trataram muito bem, toda vez que eu venho aqui sempre encontro muita gente que eu não conheço e que eu passo a conhecer e os que eu conheço também. Gosto sempre de vir em Vitória porque sempre sou bem recebido aqui e agradeço sempre a atenção dos amigos.

Moqueca capixaba

“Gosto muito de ficar em casa, sou muito caseiro. Mas sempre que posso gosto de ir aos quiosques em Vila Velha, tomar uma caipirinha, comer um peixe, uma moqueca, é muito bom, eu gosto muito. Quando venho aqui não posso deixar de comer uma moqueca não”.

Passagem pelo Flamengo

“Foi muito bom, tive a honra de vestir o “manto sagrado”, não é todo mundo que tem essa oportunidade. Tive bons momentos, muito bem, grandes jogos, tremendas derrotas. Por incrível que pareça o gol que eu fiz contra o Benfica que originou a música foi um dos momentos mais felizes da minha vida, inclusive porque minha filha nasceu naquele mesmo mês e juntando as duas coisas foram maravilhosas”.

Jogo memorável pelo Fla e embate com Zagallo

“Eu me lembro de uma Taça Guanabara em que empatamos com o Fluminense em 1 a 1, eu fiz o gol do empate e fomos campeões, em 1970. Foi um dos títulos que mais gostei porque nosso time era muito bom, excelente. Mas depois, infelizmente, com a chegada do Zagallo eu fui sendo colocado de lado porque eu não era muito de concordar com as ideias dele de jogar defensivamente, tentar fazer um gol e segurar, eu não gostava muito da maneira de jogar. Ele me colocou no banco, até que eu saí do clube. Mas sempre fomos amigos, ele sempre me respeitou, me tratou bem e eu trato bem também, é uma pessoa espetacular”.

Opinião sobre o atual técnico do Flamengo, Jorge Jesus

“Se continuar assim não vai longe não, não pode. O time vai lá faz um golzinho, dois e vai lá para trás para se defender. Não sei se é ordem dele, não sei de quem que é, mas para mim não vai funcionar desse jeito não. Porque o adversário era fraco, ele recuar contra um time daquele, quando começar a pegar os times grandes, fortes, como os da Argentina, Uruguai, como que vai ser?! Acho que está errado, Flamengo não pode jogar recuado, Flamengo sempre foi um time de jogar para frente, claro se resguardando. Mas não pode fazer dois gols e ir todo mundo para trás se defender, isso quem faz é time de pelada”.

Mudança para os Estados Unidos

“Alguns amigos me colocaram na cabeça que o futebol lá estava crescendo, então eu fui, só joguei um ano e vi que realmente não era o que o pessoal me dizia, não valia a pena. Aí resolvi parar de jogar futebol, pensei em ficar dois anos para estudar inglês e depois retornar ao Brasil. Foram passando os anos e agora não tem mais jeito. Minha filha foi para passar umas férias comigo e não quis voltar, agora nós dois estamos lá”.

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