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10 de fevereiro de 2025
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Felipe Izar
Felipe Izar
Felipe Izar é jornalista, músico e pós-graduado em marketing digital. São mais de 15 anos de experiência como profissional de comunicação: passou por redações de jornal, blogs, portais, assessorias de imprensa e escritório de marketing nas áreas de música, empresarial, política, de esportes e mais.
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Casaca reúne formação histórica, a primeira, e toca na despedida do Ilha Shows

Em 1999 surgiu a banda que, certamente, mudou a história da música no Espírito Santo. Numa mistura de pop, reggae, rock e Congo, cresceu avassaladora e, com a energia dos tambores, da Casaca e da tradição, foi um dos grupos que chegou mais longe no Estado em relação ao alcance nacional, além de ter se tornado patrimônio capixaba.

Para celebrar o período áureo do início dos anos 2000, o Casaca vai tocar na despedida do Ilha Shows, no dia 15 de junho (um dos dias dessa despedida) – ingressos à venda– e de uma forma especial: com sua primeira formação, aquela que participou dos três primeiros álbuns – “No Tambor, na Casaca e na Guitarra” (2001), o homônimo (2002) e o “Na Estrada” (2004).

Casaca reúne formação histórica, a primeira, e toca na despedida do Ilha Shows

O reencontro, portanto, acontece 20 anos depois da última jornada daquela formação em estúdio, numa distância temporal que é lembrada por parcerias, sucessos e desencontros dos mais diversos.

No Ilha, o show, para homenagear o primeiro disco, será apresentado com o título “No Tambor, na Casaca e na Guitarra – Casaca 25 anos” (tempo de carreira total da banda).

O celebrado álbum, que vendeu mais de 55 mil cópias, evocava um grupo ainda sem baterista – os tambores e a casaca faziam a pulsação rítmica. E assim será a apresentação, provavelmente a última com os integrantes “das antigas”.

São eles os músicos da primeira formação: Renato Casanova (voz), Flavinho (tambor de repique), Jura Fernandes (guitarra), Márcio Xavier (baixo e voz), Piriquito (caixa e casaca), Vinícius Gáudio (tambor de repique e casaca), Jean (tambor de condução), Thiago Grilo (caixa e tambor de repique) e Augusto Galvêas (teclado).

Importante enfatizar que o Casaca continua firme e forte na estrada hoje e com uma banda consolidada. Dos ex-integrantes, permanecem apenas Casanova, voz marcante de toda a história, e Flavinho. Márcio Xavier ficou no grupo até 2017. Neste show nostálgico e emocional, vale o destaque também para as guitarras características e afiadas de Jura Fernandes.

Mas como seria possível reunir todos aqueles músicos depois de tantos anos? Apenas com um pedido emocionado de um fã. E foi o que aconteceu. A hoje empresária Anastácia Nascimento, que atua e mora nos EUA, Florida, contou ter sonhado com o momento e ligou para cada um dos antigos integrantes para pedir que eles considerassem a apresentação. E ela os convenceu:

“Lá pelo dia 20 de março, eu sonhei com a ideia de poder reencontrar meus grandes amigos, que fizeram parte, com a música, da minha infância e da minha juventude”, inicou emocionada Anastácia.

Desde criança, ela saía de Coqueiral de Aracruz com a mãe e acompanhava o Casaca por onde quer que a banda tocasse.

Anastácia completou: “Eu tinha de fazer essa proposta aos meninos, ainda mais depois das mortes do Farinha (Fernando Valadares, ex-Manimal) e do Alexandre (Lima, que fez história no Manimal e tocou por um ano no Casaca). Liguei para todos eles, um por um, no meio da noite, e fiz a proposta de, apenas por uma única vez, eles toparem esse reencontro e tocarem na despedida do Ilha. Eles toparam!”

A fã do Casaca não só é a responsável por convocar os ex-integrantes, mas também produtora do evento. Ela vem dos EUA em junho para acompanhar a apresentação.

No Tambor, na Casaca e na Guitarra

A ideia de mesclar a música pop e o congo, ritmo tradicional do Espírito Santo, foi do artista plástico Kleber Galvêas. O primeiro álbum do Casaca, arrasador e nome da apresentação no Ilha, reúne músicas como “Anjo Samile”, “Da Da Da”, “Sabrina”, “Sereia”, “Ondas do Barrão”, “Garças de Jacarenema”, “Leva um Picolé”, “Barra” e “Camarada”. Isto é, praticamente um disco inteiro de hit, de modo que todas essas músicas tocaram na rádio.

O som do Casaca rodava o Espírito Santo, era ouvido nas casas, escolas e até nos carros em praias que hoje tocam o batidão. Os números oficiais do álbum “No Tambor, na Casaca e Na Guitarra” apontam a venda de 55 mil cópias, mas estima-se que foram mais de 100 mil na soma com a pirataria.

Com a repercussão, a banda assinou com Sony Music e revelou seu homônimo segundo disco, em 2002, com produção do lendário guitarrista Paulo Rafael (1955-2021), pernambucano responsável, entre outras façanhas, por moldar o som de Alceu Valença.

No auge, a banda fez shows apoteoticos por todo país, especialmente no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e na Bahia. Foram muitas apresentações potentes em Vitória, Belo Horizonte, Viçosa (MG), Ouro Preto (MG), Rio, Porto Seguro.

Em 10 de janeiro de 2004, história famosa em terras capixabas, o Casaca tocou em Marte. Sim. A sonda Spirit aterrissou no planeta para uma missão espacial e, após o primeiro dia no nosso vizinho, o robô foi acordado pela canção “Da Da Da”, de Renato Casanova.

No mesmo ano, o Casaca lançou seu terceiro disco, “Na Estrada”, última parceria de estúdio da histórica formação que se apresenta 20 anos depois no Ilha Shows.

Felipe Izar
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Felipe Izar é jornalista, músico e pós-graduado em marketing digital. São mais de 15 anos de experiência como profissional de comunicação: passou por redações de jornal, blogs, portais, assessorias de imprensa e escritório de marketing nas áreas de música, empresarial, política, de esportes e mais.

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