Resenha sem spoilers
Fallout, série da Prime Video que adapta para as telas da TV a franquia de jogos de sucesso para computadores e videogames, teve os oito episódios da primeira temporada liberados na última quarta-feira (10). O resultado é surpreendente e poucos seriados conseguiram captar com precisão o clima de um produto de outra mídia e, assim, agradar fãs e leigos.
A série de TV é inspirada numa franquia de jogos que teve início em 1997, sempre com a mesma temática: em um futuro próximo, após um ataque nuclear massivo que destruiu os Estados Unidos, sobreviventes de refúgios subterrâneos saem de seus abrigos e começam a desbravar o que sobrou e a conhecer uma nova realidade, com animais alterados geneticamente, mutantes e humanos em estado de barbárie.
O grande diferencial de Fallout é mostrar que a Grande Guerra aconteceu durante os anos 1960, período idílico para boa parte dos estadunidenses e que serve para acentuar as diferenças entre o “mundo perfeito” e o cenário pós-apocalíptico em que os personagens aparecem. Nos games, por todos os lados surgem cartazes com mensagens positivistas e afirmativas de que os Estados Unidos foram a nação mais promissora da Terra, uma crítica ácida aos rumos tomados pelo país.
O seriado consegue tornar real justamente esse conceito. Se nos jogos eletrônicos o contraste causava incômodo, ver esse novo mundo com atores de verdade e efeitos visuais de cair o queixo faz com que os espectadores se sintam parte da aventura e sejam muito mais impactados por esse cenário, seja quando é mostrado o ataque nuclear nos anos 1960, ou quando os protagonistas aparecem nos Estados Unidos futurista.
A história é contada por três personagens principais: uma jovem refugiada que precisa sair do abrigo para cumprir uma missão; um soldado que precisa provar sua capacidade; e um ator de sucesso no passado que sofre os efeitos da radiação nuclear. Todos eles são confrontados pelo mundo inóspito e violento de Fallout e precisam unir esforços para sobreviver. As atuações são destacadas e geram empatia até mesmo por quem tem um comportamento mais vilanesco.
Para abrandar um pouco o impacto da história, a série utiliza muito bem um elemento importante dos games: a música. A trilha sonora é composta por vários clássicos dos anos 1950 e 1960 e concede um certo grau de melancolia a tudo que acontece na trama. Os fãs da franquia vão identificar inúmeras canções que surgem em momentos importantes e se torna quase impossível não assoviar alguma delas ao final dos episódios.
Apesar da violência explícita (a série é para maiores de 18 anos), Fallout tem uma pegada irônica, o que abranda um pouco os momentos mais tensos. Para agradar quem acompanha a franquia, os produtores inseriram vários easter-eggs, com destaque para Dogmeat, o cão pastor que acompanha o protagonista de Fallout 4.
Sério concorrente a destronar The Last of Us como melhor adaptação de um jogo para a TV, Fallout não precisa de nenhum conhecimento anterior para ser apreciado, embora faça o fã da franquia vibrar a cada aparição surpresa. Por conta de toda a repercussão positiva, a Prime Video acenou com a possibilidade de renovar a série por mais uma temporada.
Atualização para os jogos
Aproveitando lançamento (e sucesso) da série de TV, a Bethesda, produtora dos games da franquia, anunciou o lançamento de várias atualizações para Fallout Shelter, Fallout 76 e uma conversão de Fallout 4 para a nova geração de videogames (PS5, XBox Series e PC), como novas missões e itens. Algumas melhorias foram liberadas nessa semana e até o final de abril os jogadores poderão aproveitar as novidades para Fallout 4.
Fallout nas cartas!
E tem mais Fallout! Quem estiver desplugado dos games de celular e consoles ainda tem a oportunidade de jogar algo relacionado à franquia. Pela linha Universes Beyond do cardgame Magic é possível jogar Fallout.
Os decks e boosters podem ser encontrados na Taberna Geek, com valores variados. Dá pra comprar e iniciar as partidas no mesmo local. Para consultar os preços, basta acessar: www.tabernageek.com.br
Finalizando essa coluna 100% Fallout, agradecemos pela companhia e aguardamos os comentários, críticas, sugestões e informes de eventos. Escreva para [email protected]. Até semana que vem!
Eu não conheço tanto o cenário, mas em se tratando de algo reropunk, instiga conhecê-lo, sobretudo depois desta ótima resenha, e conhecendo bem o seu trato com a pegada geek.