A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quarta-feira (9), a pesquisa clínica da vacina Butanvac, do Instituto Butantan. Ou seja, os testes com o imunizante em humanos poderão ter início no Brasil. De acordo com o governador de São Paulo, João Dória, o Butantan já tem 7 milhões de doses prontas da ButanVac.
A vacina está no radar de aquisição do Governo do Espírito Santo desde o final de abril de 2021. O governador Renato Casagrande (PSB), em 28 de abril, em uma rede social, informou que formalizou ao Butantam o interesse do governo em adquirir 4 milhões de doses da ButanVac.
“A intenção é nos anteciparmos para assegurar que a vacina, que já começa a ser produzida esta semana, seja reservada ao ES para a continuidade da imunização dos capixabas”, disse Casagrande à época.
Antes de tudo, em 23 de abril, Casagrande fez uma visita ao Butantan, em São Paulo, para “conhecer a linha de produção da vacina Coronavac e os preparativos para a fabricação da Butanvac”. “Em pauta, a possibilidade de aquisição futura de vacinas e parceria com o Laboratório Central Capixaba – Lacen”, contou.
Na noite desta quarta, em uma rede social, Casagrande comemorou a autorização. “[A liberação] nos enche de esperança de que, em breve, poderemos ter uma vacina 100% brasileira disponível contra a Covid-19. Isso é sinônimo de vidas salvas”.
Pesquisa clínica
Antes de iniciar a vacinação dos voluntários, contudo, o Butantan ainda precisa apresentar algumas informações complementares sobre os testes em andamento com a vacina. Logo em seguida, o Butantan deve iniciar a aplicação experimental da Butanvac.
Esta será a primeira vez que a vacina será aplicada em humanos. Por isso, serão conduzidas as fases clínicas 1 e 2. Para a autorização do estudo clínico, a Anvisa e o Butantan realizaram ao longo dos últimos dois meses uma troca de informações e de reuniões, com objetivo de que todos aspectos do estudo estivessem claros e com garantias de segurança aos voluntários. “A anuência da pesquisa será publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União”, informou a Anvisa.
Como vão funcionar os estudos
A ButanVac é a primeira vacina contra a Covid-19 produzida no Brasil sem que seja necessária a importação de matéria-prima — (Foto: Divulgação/Instituto Butantan)
A pesquisa clínica de fase 1 e 2 da Butanvac está dividida em três etapas (A, B e C). Neste sentido, está autorizada a etapa A do estudo, que vai envolver 400 voluntários. Ao todo, a fase clínica 1 e 2 tem previsão de 6 mil voluntários com 18 anos ou mais.
Dessa forma, a vacina será aplicada com duas doses em um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação. O estudo deve ser realizado no Hospital das Clínicas (FMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
“A Agência vem trabalhando ininterruptamente na avaliação de todos os dossiês referentes aos produtos relacionados ao combate à Covid-19 que lhe foram apresentados”, ressaltou a Anvisa.
Com informações da Anvisa; Foto de capa: Divulgação/Governo de São Paulo