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Bullying pode ser levado para a vida toda, se não for bem trabalhado, diz especialista

Esta quarta-feira (7) marca o Dia Nacional de Combate ao Bullying, uma prática que pode ser levada para a vida toda, se não for bem trabalhada, formando pessoas inseguras, com comportamento antissocial e até casos de depressões severas.

É o que afirma psicólogo Juliano Bonfim. Uma maneira dos pais perceberem que o filho está sendo vítima de bullying, orienta ele, é observar o comportamento da criança. Geralmente, quando vem sofrendo com agressões e ofensa, as crianças se fecham, mas ainda assim podem expor as dores através das redes sociais. 

“A primeira coisa que os responsáveis devem fazer é conversar numa postura amigável, de acolhimento e propor para a vítima se ela gostaria de receber ajuda de um profissional. O mesmo devem fazer os pais de quem é praticante do bullying. Eles devem mostrar para o filho que ele deve se colocar no lugar do outro e explicar que as outras pessoas também sentem dor”, diz.

Livro

Na intenção de promover a mudança na vida das pessoas que sofreram com ofensas e agressões no ambiente escolar, além de fazer com que elas entendam que têm os mesmos direitos que qualquer um e que podem ocupar o espaço que desejarem, a autora Anete Lacerda publicou o livro “E se fosse você?”, em 2019.

A obra aborda a história da personagem Lili, uma menina que tinha uma vida normal e feliz convivendo com a família Mas, quando começa a frequentar a escola, se vê vítima da discriminação por parte dos colegas. 

A própria autora sofreu com isso quando mais nova e utilizou de a experiência para trazer essa história à tona. “Passei por isso desde o início da vida escolar e tive a pior reação possível. Brigava todos os dias na escola, mas não tinha nenhuma marca física que doesse tanto quanto a emocional, por achar que tinha alguma coisa errada comigo, quando, na verdade, errados eram quem não respeitavam as diferenças e não tratavam o outro com empatia e respeito”, afirmou.

Esse período traumático a tornou uma pessoa muito mais tímida e que precisou de terapia para aprender a dizer não, a exigir respeito e saber que ninguém tem mais direitos do que ela. Para a autora, essas ações já são passos muito importantes.

A ideia para escrever a história veio quando ela sofreu um acidente de trabalho e ficou muito tempo de repouso. Um dia, a amiga, Isa Colli, da Editora Colli Books, a visitou e provocou a escrever um livro infantil paradidático.

“Diante das tantas notícias de bullying, racismo e gordofobia expostas todos os dias, entendi que era um assunto relevante, porque muita gente ainda sofre com isso em pleno Século XXI. Entendo até que essa dor já estava escrita nas entrelinhas da minha vida e foi só adaptá-la e entregá-la à editora, que tem sido muito eficiente no compartilhamento da história de Lili com crianças do mundo todo”, expõe.

Sobre os praticantes das agressões físicas e psicológicas, para ela, muitas crianças repercutem comportamentos e práticas da família. Logo, é preciso que essa prática não seja naturalizada. Além disso, os responsáveis devem chamar a criança para uma boa conversa em que seja destacada a importância da empatia e do respeito para a construção de um mundo melhor.

Dados

Um a cada dez adolescentes sofre com o bullying em ambiente escolar no Brasil. A informação foi divulgada pela Agência Brasil, a partir de um estudo feito pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), de 2015.

Cerca de 17,5% dos entrevistados afirmam serem vítimas em alguns momentos ao mês. Já 7,8% expõem que são excluídos pelos colegas, 9,3% são motivos de piadas, 4,1% sofrem ameaças, 3,2% são agredidos. Além disso, 5,3% declararam que os colegas destruíram os materiais pessoais e 7,9% têm os nomes circulando através de rumores que os difamam.    


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