Dóris Fernandes – [email protected]
O Grito dos Excluídos, na sua 19ª edição, pela primeira vez será realizado no município da Serra, neste sábado (7) – Feriado da Independência. O tema nacional deste ano é ?Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular?. Mas, cada um tem um grito preso na garganta. ?Qual é o seu??. A concentração do ato está marcada para às 8h30, na pracinha de Vila Nova de Colares. E a caminhada segue até o bairro Feu Rosa. A organização espera reunir mil pessoas.
De lá, os participantes saem em marcha pela Avenida Colares Junior (até a Rede Farmes), pegam a Rua Itamonte (até o material de construção Renove), passam pelas Ruas das Laranjeiras, Pau Brasil, das Palmeiras, dos Cravos até chegar a Praça de Feu Rosa.
Encenações teatrais, coreografias, cantos, além da apresentação de bonecos gigantes, estão previstos para acontecer durante o trajeto. Segundo um dos organizadores, o diretor do Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE/Ufes), Lucas Martins, explicou que as atividades refletirão o cenário político e econômico no Estado e abordarão situações como violência contra a mulher e a juventude, criminalidade, preconceitos.
O grito dos Excluídos acontece em todo o país. No Espírito Santo é organizado por 20 entidades sociais, entre eles a participação de diversas pastorais, movimentos sociais, sindicatos e da presença da sociedade.
Martins lembrou que todos os atos anteriores foram realizados em Vitória. Mas, que a novidade desse ano é levar o Grito para bairros carentes da Serra, como Vila Nova de Colares e Feu Rosa. Segundo ele, um ônibus sairá da Ufes, por volta das 7h30, rumo a Serra. O transporte é gratuito e o grupo deve se concentrar em frente ao Teatro Universitário, no Campus de Goiabeiras.
O Grito dos Excluídos
Mobilização com três sentidos
Origem
De outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema Brasil, alternativas e protagonistas.
O Grito é promovido pela Pastoral Social da Igreja Católica, mas, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), aos movimentos sociais, entidades e organizações. O Grito não tem dono: embora nascido no contexto da Igreja, é uma iniciativa levada adiante por várias forças da sociedade civil organizada. A organização e os debates privilegiam o diálogo plural, ecumênico e democrático.
Por que 7 de setembro?
É esse o eixo central das mobilizações em torno do Grito. A proposta é trazer o povo das arquibancadas para a rua. Ao invés de um patriotismo passivo, que se limita a assistir o desfile de armas, soldados e escolares, o Grito propõe um patriotismo ativo, disposto a pôr a nu os problemas do país e debater seriamente seu destino. É um momento oportuno para o exercício da verdadeira cidadania.