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Ao afastar vereadores, justiça diz que eles são parte do “clube de comparsas” na Serra

A Justiça determinou o afastamento imediato de quatro vereadores acusados de envolvimento em um esquema de corrupção que, segundo o próprio juiz do caso, transformou a Câmara Municipal em um “clube de amigos”. A decisão, resultado de ação proposta pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), atinge diretamente nomes de peso da política local: Saulinho da Academia (PDT), presidente da Câmara, Teilton Valim (PDT), Cleber Serrinha (MDB) e Wellington Alemão (Rede).

Os parlamentares, mesmo fora de suas funções legislativas, continuarão recebendo salários, mas estão proibidos de entrar na Câmara, praticar atos de gestão e manter contato com testemunhas ou demais investigados. Também foram obrigados a devolver crachás, senhas e qualquer acesso aos sistemas internos da Casa. A medida cautelar, segundo o juiz Gustavo Grillo Ferreira, busca evitar a continuidade de práticas “espúrias e enraizadas” no Legislativo da cidade.

Com a saída dos edis, a direção da Casa fica com o primeiro vice-presidente, vereador William Miranda. Já os suplentes que serão convocados para assumirem as cadeiras são Wilian da Elétrica (PDT), Sergio Peixoto (PDT), Marcelo Leal (MDB) e Thiago Peixoto (PSOL).

O esquema

A investigação apura um suposto esquema de propina envolvendo emendas ao Projeto de Lei nº 69/2024, que tratava da regularização de imóveis urbanos. Segundo o MPES, valores de até R$ 100 mil teriam sido negociados, além de propostas de pagamento com terrenos. Áudios anexados ao processo revelam diálogos em que os vereadores discutiam vantagens indevidas e possíveis favorecimentos. Para o magistrado, os indícios são robustos e apontam até mesmo para o envolvimento de outros agentes políticos ainda não identificados.

O escândalo atinge em cheio o PDT, partido do prefeito Weverson Meirelles, já que dois dos afastados, Saulinho e Teilton, figuram entre as principais lideranças da legenda no município. Ambos foram os vereadores mais votados em 2024 e eram cotados como potenciais candidatos a deputado estadual. O caso, portanto, não só abala a base governista, como também ameaça projetos eleitorais futuros.

Na decisão, o juiz destacou que a gravidade das provas exige respostas firmes do Judiciário: “Os áudios demonstram, para além de qualquer dúvida razoável, a prática reiterada de compadrio político e interesses privados escusos”. Com isso, a Serra se vê no epicentro de mais um capítulo de denúncias que revelam como a corrupção mina a confiança da sociedade nas instituições. O futuro político dos acusados, e os desdobramentos desse processo, prometem agitar ainda mais o cenário eleitoral capixaba.

MPES sobre vereadores da Serra: práticas reiteradas e planejadas de corrupção

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