Terão início na próxima terça-feira (16), as audiências do processo de julgamento do caso Milena Gottardi, assassinada em setembro do ano passado, em Vitória.
O presidente da OAB de Espírito Santo Homero Mafra que é o advogado de Hilário Frasson, acusado ser o mandante do crime, disse estar “confiante na posição e defesa seu cliente”. Ele, no entanto, não confirmou a lista dos nomes das pessoas que deverão ser arroladas como testemunhas de defesa de Frasson.
Já o advogado da família de Milena, Renan Sales, espera que o caso seja julgado de forma rápida. “A gente aguarda com bastante ansiedade, e esperamos que o processo continue tramitando de forma célere. O que a gente quer ao final é prova dos fatos narrados na denúncia do Ministério Público, que demonstram com perfeição como se deu essa trama criminosa”, explicou.
Em dezembro, a Justiça determinou que o policial civil Hilário Frasson permaneça na Penitenciária de Segurança Média I (PSME I), em Viana.
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Hilário Frasson foi preso no dia 21 de setembro e permanecia na Delegacia de Novo México, unidade prisional de policiais civis, em Vila Velha. Por determinação da justiça, ele foi transferido para a Penitenciária de Segurança Média I (PSME I), em Viana, no dia 8 de novembro. A decisão foi do juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, baseado em quesitos como falta de segurança adequada para evitar eventuais fugas; e a ida do acusado ao dentista no dia 30 de outubro sem algema e escolta.
O pai de Hilário, Esperidião Frasson, também é acusado de ser um dos mandantes do crime. Outras quatro pessoas estão presas por envolvimento no caso: Dionathas Alves (acusado de ter atirado na médica no Hospital das Clínicas); Valcir da Silva (apontado como intermediador do crime a pedido dos mandantes); Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho (também suspeito de ser intermediar) e Bruno Rodrigues (que teria roubado a moto usada no crime).
O crime
A médica Milena Gottardi, 38, foi baleada na cabeça no dia 14 de setembro, ao sair do trabalho no Hospital das Clínicas, em Vitória. Após entrar em coma, a morte dela foi constatada no dia seguinte.
Para a polícia a médica foi assassinada por interesses financeiros e ódio. Esperidião Frasson, ex-sogro dela, teria planejado o crime junto com o filho Hilário Frasson por não aceitar a separação do casal. O motivo seria a venda de terras avaliadas em R$ 100 mil para pagar dívidas de Hilário e a residência de Milena no estado de São Paulo.
Na avaliação do responsável pelo caso, delegado Janderson Lube, o ex-sogro passou a ver Milena como um problema financeiro, e não mais como membra da família. Uma vez que a separação fosse consumada, Hilário seria obrigado a ter responsabilidades financeiras com a médica e as duas filhas deles. “Ele queria a volta do casamento, mas quando percebeu, dois meses antes do crime, que a doutora Milena estava decidida pela separação, Esperidião e o filho começaram a arquitetar o crime”, explicou.
(Com informações de Kenia Egídio)