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Reajuste do salário mínimo diminui poder aquisitivo em 2021

O salário mínimo (SM) de R$1.100,00 passou a valer no primeiro dia de 2021, conforme Medida Provisória do presidente da República. O valor se aproximou da inflação nacional, que está a 5,22%, uma diferença entre os percentuais de apenas 0,04%. O reajuste próximo à alta inflação levanta um debate sobre o impacto salarial na vida dos capixabas e se ele tem, de fato, aumentado o poder de compra dos trabalhadores.

Segundo o professor e economista Mário Vasconcelos, o reajuste fez pouca diferença no bolso do trabalhador. “Não houve grande diferença. O salário mínimo permanece, praticamente, a mesma coisa. Nas camadas mais pobres, com o aumento do valor dos alimentos básicos e o aluguel de moradias as pessoas que recebem o pouco valor são afetadas. Uma pessoa que ganha um salário mínimo não vai conseguir organizar suas finanças. Alimentação e moradia, sozinhas, já comprometem mais de 60% da renda dessas famílias”, explica.

O economista Arlindo Vilaschi, fala que o aumento do percentual somente se aproximou da inflação, mas acompanha um decréscimo no poder de compra do trabalhador.

“O reajuste que foi dado em cima do salário mínimo não recupera o poder de compra que o salário mínimo tinha há um ano, ou dois, três… É preciso lembrar que a pandemia fez com que o valor dos alimentos básicos subisse. Então, mais uma vez a política neoliberal está punindo os menos favorecidos. Por exemplo, há quatro anos uma pessoa comprava uma cesta de produtos completa com o salário mínimo e, na medida em que os reajustes do salário mínimo não acompanharam a evolução da inflação e principalmente a evolução dos preços de bens essenciais, a cada ano o poder de compra foi diminuindo. Há três anos o salário mínimo comprava menos do que comprava no ano anterior e mais do que iremos comprar em 2021”.

Para Vilaschi, o aumento no percentual do salário mínimo relacionado ao ano anterior, apresenta, na verdade, uma diminuição. O ideal para o economista seria uma política voltada realmente para a economia. “O Brasil que está vivendo, desde 2016, uma política financista, só interessa a quem não quer pagar imposto e só interessa a quem tem lucros financeiros que não pagam impostos. A população está cada vez mais precarizada, tanto para quem recebe salário mínimo, quanto para os que estão desempregados”, comenta.

Dentro dos limites possíveis

Por outro lado, a doutora em economia, Arilda Teixeira, acredita que o reajuste está dentro do padrão. “Eu tenho ciência que o valor atual do salário mínimo ainda é pouco, mas a decisão eu acho que está adequada dentro do cenário atual. Se observar a taxa que foi corrigida, essa implantação ocorreu dentro da inflação do ano. Então não se pode falar que essa correção é insuficiente ou está errada, porque ela recuou para o que a inflação antes havia tirado. Olhando tecnicamente para a questão, esse reajuste do salário mínimo, falo com o pé bem no chão, que está dentro dos limites do possível”, acredita.

Sobre o poder de compra, Arilda acredita que ele continua estável e equilibrado. “A taxa de inflação está em aproximadamente 5% e foi concedido um aumento para o salário mínimo também de 5%. Isso significa que o legislador se preocupou em manter o poder de compra do salário mínimo, porque ele vê um reajuste próximo ao custo de vida dele resultando em coerência na decisão”, diz.

Menor aumento real em anos

Em 2021, o reajuste salarial teve a menor taxa de aumento real em 19 anos, com 0,21%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse). Com o passar dos anos, a taxa do aumento real, ou o seu poder de compra, passou a declinar,  e, apesar do aumento em reais, a inflação também subiu.

Em 2015, o valor do salário mínimo foi de R$ 788,00 e, em 2016 atingiu R$ 880,00. Já em janeiro de 2017, o valor de R$ 937,00 passou a valer, acumulando perda, no ano, de 0,10%. Em janeiro de 2018, o valor foi para R$ 954,00. Segundo o Diesse, a perda acumulada em 2017 e 2018 foi de 0,34%. Em 2019, valendo R$ 998,00, o salário mínimo apresentou ganho de 1,14%, porém, em 2020, seu valor praticamente não foi alterado.

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