As areias monazíticas de Guarapari serão alvo de um estudo, a ser desenvolvido este ano por professores da Universidade Vila Velha (UVV), sobre seus efeitos em pessoas com osteoartrose no joelho. Confirmados os benefícios, pacientes com dor e rigidez nas articulações poderão ser encaminhados pelo médico para realizarem tratamento na praia da Cidade Saúde.
A proposta é levar, durante 12 meses, um grupo de 75 pessoas que sofrem com a doença a ficarem expostas duas vezes por semana à radiação das areias monazíticas de Guarapari. Os voluntários permanecerão com o joelho submerso na areia por 30 minutos. Um outro grupo de 75 pessoas fará o mesmo procedimento, mas na praia de Itapoã, em Vila Velha, que não tem incidência de radiação. Para chegar aos resultados, será avaliada periodicamente a aparência da região tratada, bem como a dor e a rigidez descritas pelos voluntários, além de testes clínicos.
A professora Denise Endringer, professora da UVV e coordenadora da pesquisa, lembra que diversos países trabalham com o turismo de saúde. “Mesmo tendo uma quantidade de radioatividade cerca de cem vezes menor do que encontrada em Guarapari, outros locais monetizam as praias para essa atividade”, considerou, lembrando que a cidade capixaba apresenta uma das maiores radioatividades em praia do mundo, com uma radiação benéfica à saúde.
“Decidimos avaliar o efeito dessa radiação na osteoartrose de joelho, visando produzir uma inovação na oferta de serviços de saúde e validando as areias como uma possibilidade de tratamento”, explicou a coordenadora.
Vale lembra que uma pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), por meio do edital para fixação de doutores lançado em 2014, comprovou e mediu os índices de radiação nas praias do município. Agora, o próximo passo é atestar o tempo de exposição à areia que deve ser recomendado para os procedimentos médicos.
A nova pesquisa verificará as aplicações medicinais, que vão gerar impacto social nos cuidados à saúde. Os resultados positivos, caso alcançados, podem fazer de Guarapari, comprovadamente, uma instância turística nessa área. Os recursos para desenvolver o estudo vêm do fundo da Mobilização Capixaba pela Inovação, lançado em agosto de 2018 e operado pela Fapes.