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Serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina: o quarteto da felicidade

No decorrer da vida, as pessoas buscam entender o que é felicidade e como alcançá-la. A verdade é que ela começa dentro de nós, sem ser vista, num processo de hormônios. Serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina, o “quarteto da felicidade”, são os responsáveis por esse bem-estar físico.

A psicóloga Tainá Machado afirma que esses hormônios fazem com que sintamos mais prazer com as coisas que gostamos, ajudam o ciclo circadiano e até nos fazem corretamente. Ou seja, a felicidade gera mais prazer em realizar tarefas do dia a dia, para viver forma saudável.

Alguns fatores, porém, podem atrapalhar. Um deles é que querer agradar a todos. “Ninguém agrada todo mundo, sempre terá alguém que irá te criticar pelo o que você faz, pelo que você é, por tudo. Muita vezes, deixamos de fazer algo para agradar alguém, mesmo que isso nos desagrade”.

Buscar sempre a felicidade em coisas materiais é outro ponto destaco pela psicóloga. Nem sempre quem tem tudo é feliz e a felicidade vai muito além de ter bens. Ela também está ligada a confiar em alguém, a fazer e trabalhar com algo que goste, estar cercado de pessoas que te querem bem.

Felicidade é um estado

O psicólogo e terapeuta cognitivo comportamental André Zonta explica que a felicidade é um estado, não algo permanente, e está muito ligada ao bem-estar e a satisfação. “No entanto, se você perguntar o que é felicidade para cada pessoa em nosso planeta, tenho certeza de que você poderá se surpreender com algumas respostas”.

Cada faixa etária poderá dizer o que significa felicidade, diz o psicólogo. “Felicidade é um estado. Você pode se sentir feliz e estar feliz, mas ser feliz o tempo todo não existe e sugiro tomar cuidado com quem prega isso. Felicidade não é algo estático, é algo fluido, que vem e vai. O mais importante é saber que você poderá se sentir feliz em breve novamente com alguma experiência que você viver”, diz o especialista.

Zonta afirma que, com o advento das redes sociais, é muito comum as pessoas sofrerem por não estarem vivendo as mesmas experiências que as outras. As redes sociais trouxeram um conceito novo que pode representar felicidade para algumas pessoas, já que apresentam apenas um recorte da vida das pessoas, geralmente, a melhor parte.

Se sentir feliz é importante para as pessoas saberem que estão vivenciando experiências importantes. O psicólogo diz que, muitas vezes, o senso de felicidade pode estar conectado com a gratidão. “Quando você compreende os motivos pelos quais você é grato, você compreenderá o que te faz feliz”.

O psicólogo recomenda olhar para a própria história de vida, caso viva em busca da felicidade como se fosse algo inalcançável, e se fazer a seguinte pergunta: quais foram os momentos que me senti feliz até aqui? “Provavelmente você vai lembrar de momentos que são seus que podem ser partilhados em comunidade também”, pontua ele.

A conquista do primeiro emprego, passar na faculdade, estar com saúde e com a família, uma viagem sonhada, nascimento do filho, casamento, estar com os amigos, estar consigo mesmo vivenciando momentos de solitude, momentos com pets, fazer um bom trabalho e estar trabalhando com o que ama. A felicidade pode se apresentar de diversas formas, dependendo da pessoa.

Quando se está em comunidade, vivenciamos experiências coletivas que geram bem-estar e felicidade comuns à maioria das pessoas . Entretanto, o especialista aponta que muitas alegrias e sensações de felicidade podem aparecer em situações únicas e peculiares, como sobreviver a um acidente, sair de uma cirurgia e não ter sequelas.

“O maior problema que dificulta que as pessoas vejam que podem ter sensações de bem-estar e felicidade é quando estão mais dispostas a continuar buscando a felicidade como se fosse algo muito distante, quando, na verdade, já vivenciaram vários momentos, dos mais simples aos mais relevantes de felicidade”, diz ele.

Estar em relacionamentos saudáveis contribui de modo importante para momentos felizes. Porém, é importante lembrar que a felicidade deve ser algo que podemos sentir por nós mesmos, sem depender de outra pessoa. “A felicidade pode e deve ser compartilhada, mas a pessoa deve tentar se conectar com o que faz sentido para ela também”, afirma o psicólogo.

Faixa etária para a felicidade

Zonta explica que não existe uma faixa etária em que as pessoas são mais felizes. Apesar de inúmeras pesquisas apontarem algumas, é preciso levar em consideração que todos podem, em algum momento, se sentirem felizes, com sensação de satisfação, de bem-estar. Vai depender da maneira como cada pessoa procura enxergar a vida.

“Cada pessoa enfrenta suas batalhas diárias e isso pode reduzir as sensações de notar momentos de se sentir bem ou feliz. O mais importante é saber que a noção de estar feliz e não ser feliz está mais conectada a momentos e qualquer pessoa pode experimentar essa sensação, mesmo diante de tantas dificuldades”, diz ele.

O especialista afirma que quando alguém, mesmo frente às dificuldades, consegue ter essa sensação de bem-estar, isso gera energia para seguir em frente.

Exercite a felicidade

André Zonta sugere um exercício para praticar:

Responda:
Quais foram os momentos que se sentiu feliz? (feche os olhos para ajudar a lembrar); Enumere eles para você em um papel;
Essa semana você se sentiu feliz com alguma coisa? Não seja tão duro com você. Observe bem que pode ter alguma coisa sim!
Qual a coisa mais simples que já te fez se sentir feliz? Lembre de alguma época da sua vida ou use a lista que você já fez na primeira pergunta.

“Que você possa ter momentos felizes sempre que você estiver disposto a vivenciá-los”, diz ele.

Características de uma pessoa feliz

A psicóloga Elza Leite explica que as maiores características de uma pessoa feliz estão no humor. A pessoa ri bastante, está sempre de bom humor, alegre, tem facilidade de fazer amizades e mantê-las, é uma pessoa generosa, caridosa, tem amor próprio, consegue se colocar em primeiro lugar, é resiliente, tem fé no amanhã, no futuro.

“Aquela pessoa que é otimista, tem paciência, tem capacidade de fazer enfrentamentos, de resolver conflitos, é sempre grata. A felicidade tem essas características”, diz ela.

Ser feliz envolve, primeiro, otimismo. A psicóloga pontua que é preciso ser uma pessoa de fé, agradecendo por tudo aquilo que tem, pois é impossível ser feliz se for ingrato. A gratidão e a felicidade caminham de mãos dadas. É muito importante que a pessoa se conheça, que saiba os próprios limites, que conheça seus sentimentos.

Felicidade e conexões

Elza diz que a felicidade não faz bem somente para uma pessoa, mas também para quem convive com ela, porque as pessoas felizes são muito mais fáceis de lidar e sociáveis, os relacionamentos são muito mais qualitativos.

“Pessoas felizes fazem o casamento durar mais, são profissionais que têm muito mais criatividade e produtividade, são pessoas com capacidade de liderar, de ter autocontrole, tem uma competência emocional para lidar com situações difíceis. A pessoa feliz tem desempenho positivo no trabalho, tem sucesso profissional, nos relacionamentos, é mais saudável e vive mais”, diz a psicóloga.

As pessoas pensam que só vão ser felizes depois que tiverem bens materiais e sucesso na vida, mas é o contrário. Segungo Elza, quando se é feliz é possível ter sucesso e ser próspero.

“É uma coisa muito interna e individual. Você pode ter o maior sucesso do mundo, mas se você não conseguir ficar feliz, satisfeito, realizado e grato pelas suas conquistas, de que adiantou tanto esforço?”.

As relações coletivas e sociais são de extrema importância, já que o ser humano é social. Precisamos dos outros para aprender, evoluir, melhorar, se comparar e ter rede de apoio. A psicóloga afirma que ninguém consegue viver sozinho e isolado e ser feliz, porque, quando ao olhar o outro, é possível se ver e evoluir.

Um relacionamento positivo e saudável extrai o que tem de melhor dentro de alguém. Quem é muito bom, positivo, feliz, alegre e criativo desperta só coisas boas, como generosidade, vontade de ajudar, de estar perto. Elza diz que, quanto mais saudáveis forem as relações, melhores momentos terão e mais se sentirão pertencentes.

“A felicidade é uma construção, uma decisão que se vai tendo. Não tem uma idade. A partir do momento que você toma responsabilidade de si mesmo, que deseja uma mudança, que decide ser melhor e ser feliz, é que vai realmente ser, independente das adversidades que tiver que enfrentar, porque sempre há problemas. A forma de enfrentar é que faz diferença”, pontua a especialista.

Pessoas felizes, diz Elza, se aceitam e não ficam se comparando o tempo todo com todo mundo. Elas gostam de si mesmas, independente da aparência que têm, da classe econômica, da família. “Ela descobre que se aceitar ajuda a se transformar”.

 

 

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