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Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha

O Corpo de Bombeiros concluiu o laudo sobre a explosão que ocasionou o desabamento de um prédio no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, no dia 21 de abril deste ano. A corporação divulgou que havia uma botija de gás rompida dentro da kitnet de uma das vítimas, o que causou o vazamento de gás.

Durante a coletiva de imprensa, realizada na manhã desta terça-feira (5), o Corpo de Bombeiros explicou que houve explosão química no local, com deflagração de gás de petróleo.

Segundo a corporação, o resultado do colapso estrutural do edifício somou-se à deflagração de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), à possível perda de força estrutural provocada por infiltrações, à baixa ventilação do ambiente, à alta densidade de vapor do combustível e às alterações na edificação que aconteceram ao longo do tempo.

O único combustível encontrado no local foi gás de petróleo. Foi descartado pela perícia a possibilidade do acidente ter vindo de um líquido do veículo da casa.

Duas botijas

Segundo o perito do laudo, capitão Loreto, foram encontradas duas botijas de gás no local, uma cheia e uma vazia. A botija de gás azul estava vazia e rompida foi a que causou o acidente. Esta botija estava na kitnet de Eduardo Cardoso, uma das vítimas que morreu durante o desabamento. 

Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha
Botija de Gás vazia causa acidente em Vila Velha. Foto: Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros explicou que o local onde a botija de gás estava não era bem ventilado e era muito pequeno. Além disso, o objeto estava mal conectado. Portanto, o local não era o recomendado. Segundo a corporação, com a queima de material combustível, houve a explosão, o que levou ao colapso estrutural. 

“É muito comum em situações desse tipo, de desastres dessa natureza ou de grandes proporções, nós termos uma sequência de fatores que confluem para a causa. É difícil você ver um único fator que contribuiu. No tipo de deflagração não é muito comum a gente ter colapso estrutural. Todas essas situações acontecem por uma sequência de problemas, falhas e cuidados”, explicou o tenente-coronel Scharlyson Martins de Paixa.

INVESTIGAÇÃO

Segundo o Corpo de Bombeiros, durante a investigação foram coletadas imagens e vídeos do local, vídeos do momento do resgate e da atuação dos bombeiros, além de imagens de residências vizinhas e de carros envolvidos para relacionar os danos. 

De acordo com o órgão, também foi coletada a declaração de um familiar das vítimas, Robson Morassuti de Freitas, além de informações da Defesa Civil de Vila Velha, do Departamento Médico Legal da Polícia Civil do Espírito Santo, o Boletim de Ocorrência, materiais ou evidências relacionadas com o caso, informações científicas em livros, normas e artigos, e um vídeo de monitoramento de uma empresa próxima ao local. 

A única sobrevivente do caso, Larissa Morassuti Cardoso, deu uma declaração ao Corpo de Bombeiros que descreveu o layout interno da casa, antes do acidente. Através do relato de Larissa foi possível realizar a reconstituição da planta da residência. Larissa também esteve no local com a equipe de perícia da corporação e ajudou na localização dos ambientes do térreo do prédio.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a investigação foi dividida em três fases. A primeira, no local onde o prédio estava localizado, entre os dias 22 de abril ao dia 2 de Maio. A segunda, quando iniciou-se a investigação, entre os dias 2 de Maio ao dia 20 de junho. Já a terceira fase, que compreendeu a finalização do laudo, começou no dia 20 de junho. 

DANOS E IRREGULARIDADES NO PRÉDIO

Segundo o Corpo de Bombeiros, o prédio localizado em Vila Velha, não era regular pelo município de Vila Velha.  Além disso, o local tinha diversos danos, como infiltrações em tetos e paredes. Em uma foto divulgada pelos familiares ao órgão, é possível ver a infiltração em diversos pontos da residência.

Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha
Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha. Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros

Com as imagens divulgadas pela vítima Larissa Cardoso e por um familiar, é possível ver um uma hidráulica atravessada por um cano dentro da residência. Segundo o órgão, a estrutura da edificação do prédio foi sendo alterada ao longo do tempo, e, isso pode ter contribuído para o aumento de carga da edificação sobre as estruturas. 

Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha
Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha. Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros

A Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Mobilidade, informou que o imóvel possui registro do ano de 1983, o que indica que foram feitas reformas internas sem aprovação da prefeitura, sem responsável técnico e sem habite-se.

‘A Lei 046/2016 do Código de edificações – determina que toda e qualquer construção de edificação, reforma e demolição devem ser sujeitas a aprovação e licenciamento pelo Município. Em muitos casos, especialmente residências, os moradores acabam promovendo reformas ao longo dos anos sem a aprovação do projeto e/ou licença de obras, consequentemente sem Habite-se, tornando as construções diferentes do que foram originalmente aprovadas  e consequentemente irregulares, informou a PMVV.

 

De acordo com a prefeitura, a equipe de fiscalização atua diariamente verificando denúncias em todos os bairros, notificando, orientando e autuando as obras irregularidades encontradas, sendo muito importante que a população denuncie pelo telefone 162 as obras que desconfiam que são irregulares nos seus arredores.

 

CASO INVESTIGADO PELA POLÍCIA CIVIL

Apesar do Corpo de Bombeiros confirmar que não existiam explosivos e durante a investigação não houve indícios de resquícios de explosivos. O órgão passou para a Polícia Civil investigar se o caso foi acidental ou não. 

Entenda o caso

No dia 21 de abril de 2022, um prédio localizado no bairro Crostóvão Colombo, em Vila Velha, desabou e apenas uma pessoa da família sobreviveu. Na ocasião, o serviços das defesas civis Municipal e Estadual foram realizados para o resgate da sobrevivente e dos corpos do restante da família.

Vazamento de gás foi uma das causas de desabamento de prédio em Vila Velha
Eduardo, Larissa (sobrevivente), Camila e Sabrina. Fotos: arquivo pessoal

A única sobrevivente foi Larissa Morassuti, de 36 anos na época. As vítimas fatais foram o pai dela, Eduardo Cardoso, de 68 anos, a irmã dela, Camila Morassuti, de 34, e sua sobrinha, Sabrina Morassuti, que tinha 15 anos.

 

 

 

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