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Motoristas de aplicativo contabilizam prejuízos

Pagar para trabalhar. Assim está a vida dos motoristas que trabalham por aplicativo de transporte. E, quem busca os serviços, tem sentido cada vez mais dificuldade de contrata-los.

“Eu tive a corrida cancelada três vezes. Noto que não é o meu destino, mas a distância e o valor. Para mim, o preço está ótimo, mas o motorista, que usa seu carro e tem o valor calculado pelo aplicativo, desiste da corrida, por o valor sequer paga os custos”, avaliou a servidora pública Marcia Nogueira, que sai de Vila Velha com destino a Carapina, na Serra, todos os dias.

Ela relata que sempre vai de Uber, mas, de uns tempo para cá, com o aumento do preço da gasolina, as desistências da corrida têm acontecido com frequência.

A Uber paga R$0,84 por quilômetro e R$0,15 por minuto. Já, para encher o tanque do carro, o preço do litro da gasolina já passa dos R$ 6,15. O valor do combustível se transformou num dos vilões da inflação deste ano. No acumulado deste ano até julho, o preço da gasolina já avançou 27,51%, enquanto o do diesel acumula alta de 25,78%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Desânimo

Um motorista de aplicativo do Uber, que prefere não ter o nome divulgado, conta que com o aumento do combustível desanimou em aceitar corridas. Ele avalia continuar no ofício porque tem gerado mais gastos do que lucro.

“O maior desânimo foi a inflação do combustível e principalmente o não reajuste das tarifas que recebemos do próprio aplicativo. A primeira análise que eu faço antes de aceitar uma corrida é a distância do passageiro. Atualmente eu não ando mais de 1 km para pegar um passageiro. Não compensa”, disse o motorista.

Outro ponto que o trabalhador aborda é a quantidade que recebe do próprio aplicativo por cada corrida. “A Uber paga R$0,84 por quilômetro e R$0,15 por minuto. Peguei um passageiro em Goiabeiras para levá-lo até a Praia do Canto. Nesse período, gastei 42 minutos para receber apenas R$14,00”, relatou.

O motorista de aplicativo diz ainda que precisa trabalhar muito e continua tendo um rendimento baixíssimo. “Aceito apenas a corrida que irá me dar lucro. Se eu rodar muito, o meu carro vai ter um desgaste maior. Preciso analisar agora o que eu tenho que pagar em questão de gasolina e analisar a distância do passageiro”, desabafou.

Por nota, a Uber diz que vem acompanhando os aumentos de preço dos combustíveis nos últimos meses e entende a insatisfação causada pelos seus impactos em todo o setor produtivo e, por isso, a empresa tem intensificado esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos. Por meio do programa de vantagens Uber Pro. A empresa lançou em 2021 diversas iniciativas e promoções para aumentar os ganhos em todos os tipos de viagem, de curta ou longa distância.

Com relação ao combustível, a Uber ainda informa que vem realizando ações especiais em 2021 nas quais o motorista ganha até 20% de cashback no abastecimento do seu carro. E de forma permanente, pagando com o app abastece-aí nos postos Ipiranga, o motorista parceiro da Uber tem direito a 4% de cashback sem que, para isso, precise gastar seus pontos do programa KM de Vantagens. Isso significa que, além de receber de volta parte do valor gasto no abastecimento, o parceiro ainda acumula mais pontos para usar, por exemplo, na manutenção do carro (troca de óleo, pneu, reparos etc.). Considerando quem abastece um carro 1.0 toda semana com gasolina, por exemplo, a economia estimada supera R$ 500 por ano.

Inflação no Combustível

No dia 5 de julho a Petrobas informou haveria um reajuste no preço dos combustíveis. Os preços médios de venda de gasolina e diesel da Petrobras para as distribuidoras passarão a ser de R$ 2,69 e R$ 2,81 por litro, o que significa reajustes médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 por litro (3,7%), respectivamente.

O preço médio da gasolina comum nos postos capixabas teve um aumento de 19,6% entre janeiro e junho deste ano. Os valores de venda de gasolina e diesel passarão a ser de R$ 2,69 e R$ 2,81 por litro, respectivamente, o que significa reajustes médios de R$ 0,16 (6,3%) e R% 0,10 por litro (3,7%).

FOTO DESTAQUE: Lucas Benevides

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