Há um mês o primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) era confirmado no Espirito Santo. A paciente, uma mulher de 37 anos, apresentou a doença após retornar de uma viagem internacional. De lá para cá o número de contaminados cresceu, e com eles o número de ações de solidariedade diante da pandemia.
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Entre as atitudes, está a confecção de máscaras para doações e troca por alimentos ou material de limpeza e higiene pessoal para a produção de cestas básicas com destino as famílias carentes. Uma delas é a empresária, e artesã nas horas vagas, Patrícia Portugal, moradora do bairro Praia da Costa, em Vila Velha.
De acordo com ela, que está na produção de máscaras há pelo menos três dias, a ação ganhou rápida repercussão após compartilhar com os amigos. Atualmente, Patrícia relata não estar dando conta de confeccionar máscaras pela alta demanda. “Eu comecei a fazer para os amigos e vizinhos e depois veio a ideia de fazer e trocar por alimentos para fazer cestas básicas e doar a quem precisa. Não estou dando nem conta de fazer, porque está difícil de encontrar material e todas que eu faço saem no mesmo dia. Só consigo fazer uma média de 20 a 30 máscaras diariamente”, contou a empresária.
Outra que também vem utilizando o período de isolamento social para impulsionar a solidariedade é a auxilar administrativa Carla Souza, moradora de Jardim Camburi, em Vitória. De acordo com ela, a intenção é doar para quem não pode pagar máscara por estar desempregado em razão ou não da pandemia. “Faço isso por lazer e tive essa ideia. De uma forma queria ajudar e peguei moldes de máscaras na internet. Se tornou uma corrente do bem e algumas pessoas começaram a doar itens para a confecção. Eu não esperava e estou doando par quem está precisando e não tem dinheiro”, disse Carla.
Tanto Patrícia quanto Carla gostariam de confeccionar mais máscaras por dia, no entanto, elas estão sozinhas na produção. Além disso, com a Páscoa (12 de abril) se aproximando, Patrícia pretende trocar os alimentos por uma caixa de bombom para a doação.
Doação de alimentos
Também de forma voluntária, o projeto “Irmãos do Bem”, em Guarapari, que conta com mais de 40 voluntários começou a realizar uma campanha de doação de alimentos para a confecção de cestas básicas para famílias carentes de seis localidades (Bela Vista, São Gabriel, Santa Mônica, Pica Pua, Bico do Urubu e Camurugi). O principal ponto de arrecadação é no posto de gasolina Ipiranga, localizado no Centro de Guarapari.
Segundo uma das idealizadoras do projeto, a empresária Rosana Pinheiro, as doações são para as cerca de 20 famílias cadastradas no projeto. Porém, por conta da pandemia ter afetado famílias carentes e autônomos do município a ação cresceu.
“O projeto em si não atende a todos, mas tem surtido efeito. São família pobres que não tem renda em virtude de tudo em que vivemos por serem autônomas. Nosso atendimento é destinado as famílias em situação de vulnerabilidade, mas por conta disso a gente abraça famílias que tinham o emprego e que se viram desempregadas”, explicou Rosana.
A força da ação se tornou tão grande, que apenas um doador fez a entrega de dez cestas básicas, e ainda, pretende realizar a doação de mais 50 ao projeto.