“Sou candidatíssimo e estou determinado”, afirmou o ex-vice-governador César Colnago (PSDB), quando perguntado sobre as eleições 2022. Ele está disposto a concorrer a governador enfrentando os nomes oficialmente postos na disputa, como o governador Renato Casagrande (PSB), Audifax Barcelos (Rede) e Carlos Manato (sem partido).
Colnago diz que não terá dificuldade de concorrer com os atuais aliados, como seu chefe direto na Assembleia Legislativa, o deputado presidente Erick Musso (Republicanos) – que nomeou Colnago diretor de recursos humanos do Legislativo estadual. “Nossa relação é de muita admiração”, destacou.
Na entrevista a seguir o médico, que já começou suas andanças pelas cidades capixabas no intuito de construir plano de campanha e de governo, fala sobre as possibilidades e críticas ao atual governo, cujo partido fez parte da aliança em 2018.
ESHOJE: O senhor vai mesmo concorrer a governador?
Cesar Colnago: Sou candidatíssimo! Estou determinado e animado, visitando as cidades, conversando com a militância e com a população. Minha abordagem é mostrar que temos uma história no partido e no Estado. São 33 anos no PSDB, fui deputado estadual, deputado federal, secretário, vice-governador, e sou presidente do Conselho de Ética do PSDB. O Espírito Santo merece mais e preciso andar para conversar com as pessoas, ver os problemas, propor soluções. Claro que vamos passar pelas prévias do partido, mas meu nome é o único colocado. Estou gastando sola de sapato para conversar com todos.
Mas
o senhor, que já ocupou diversos cargos, conhece as cidades capixabas!
Conheço,
praticamente, todas as cidades e grande parte dos distritos. Tenho
familiaridade com o interior, porque sou do interior, de Itarana. Fui
secretário de agricultura uma vez e costumo dizer que o secretário de
Agricultura é o que mais conhece o Espírito Santo. Tirando Vitória, todas as
cidades têm na agricultura atividade econômica muito importante. Cerca de 80%
dos produtores são pequenos e estou visitando todos.
Em
suas andanças, como tem sido recebido?
O
Espírito Santo merece mais e vamos procurar um futuro melhor, vamos fazer um
projeto completo e coletivo. Estou ouvindo muitas críticas ao atual governo. As
pessoas falam que ele tem uma equipe fechada. Que não dá retorno, que é lenta
ou não efetiva o que promete. Casagrande não se coloca como líder que faz
acontecer.
Não
pensa em construção de chapa?
Não
me coloco como oposição, até porque o atual governo contou com o PSDB na
aliança que o elegeu. Mas nosso compromisso está terminando. O partido quer
lançar candidaturas majoritárias, mas vamos conversar sobre todas as
possibilidades e caminhos com partidos com os quais temos identidade política.
O
senhor foi vice do ex-governador Paulo Hartung, que tem diversos aliados se
colocando como pré-candidato…
Conversei
com Audifax há algum tempo, mas na época ele já estava decidido e nós ainda
estudando. Vou procurar todos os pré-candidatos e até julho do ano que vem
muita coisa pode acontecer. É um caminho em busca da efetividade da
candidatura. Paulo Hartung é uma figura política muito importante e estamos
conversando também. Com ele tenho uma relação pessoal.
Inclusive
o seu “chefe” é pré-candidato…
Minha
relação com Erick Musso é de muita admiração. Eu digo que ele tem um futuro
brilhante. Ele faz a caminhada dele e eu a minha e vejo possibilidade de
aliança para majoritária. Há identidade política entre nós.
Como
médico, como avalia a Gestão Casagrande na pandemia do novo coronavírus?
Acho
que fez uma gestão sensata, mas os mais pobres ficaram sem um diagnóstico mais claro.
O setor da sociedade mais excluído não teve o estado presente para garantir,
minimamente, acesso ao básico para a sobrevivência.
Qual
sua avaliação do Governo Renato Casagrande?
Ele
pegou um estado organizado financeiramente, e já temos perdas de investimentos.
A velocidade de investimentos, em relação ao nosso governo, caiu. O número de
assassinatos aumentou muito. Os avanços não aconteceram e o Espírito Santo
merece mais.
Pesquisa
divulgada por ESHOJE na última edição mostra que os capixabas elegeriam Lula
novamente presidente. O PSDB tem uma “terceira via”?
Essa
é uma fotografia de hoje, mas com cada candidatura colocada a polaridade entre
Lula e Bolsonaro não vai mais existir. Além disso, terá debate. Hoje Lula tem
recall e Bolsonaro está no poder, mas com mais nomes na disputa, lá na frente a
fotografia deverá ser diferente. Vejo no PSDB, que decide em novembro o nosso
candidato, a terceira via. O partido sai do campo dos extremos, porque o
brasileiro não quer extremista. O extremismo quebra o equilíbrio.
Político sensato e honesto. Vai ser um bom Governador para o ES.