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Kauã e Joaquim: um ano após o crime, família ainda não sabe se caso vai a Júri Popular

Kauã e Joaquim: um ano após o crime, família ainda não sabe se caso vai a Júri PopularNeste domingo, dia 21 de abril, o crime que vitimou os irmãos Kauã Butkovsky , 6, e Joaquim Sales, 3, em Linhares, completa um ano. Passado esse tempo, o caso ainda segue sem sentença. O crime está sob a responsabilidade do juiz André Bijos Dadalto.

De acordo com o advogado da família, Siderson Vitorino, todas as considerações finais já foram apresentadas e os familiares aguardam a sentença para saber se os acusados, Geogerval Alves e Juliana Sales, pais das crianças, vão ou não a júri popular.

“Esse processo já esgotou toda a fase primária do tribunal do júri, porque as ações aceitas são dividas em duas fases: a parte de conhecimento e o julgamento do processo. No primeiro momento, o promotor ofertou a denúncia, o juiz aceitou e houve as oitivas das testemunhas do Ministério Público. Na sequência, as testemunhas dos réus e da acusação foram ouvidas. Logo em seguida houve o interrogatório dos dois acusados. Depois disso, o juiz abriu prazo para alegações finais do Ministério Público, do assistente de acusação e da defesa, que terminou dia 4 de abril”, explicou.

Ainda segundo o advogado, a expectativa é de que os réus irão à júri popular. “A partir das alegações finais, o juiz vai dar uma sentença que pode ser absolvição e pronúncia para o tribunal do júri. Mas ele também pode dizer que não houve crime de homicídio e encaminhar os crimes para os juris competentes. Acontece que pela quantidade de provas no processo, nós acreditamos que o juiz vai pronunciar os acusados, fazendo assim a instalação do júri popular e aí começa tudo novamente”.

Família

Também neste domingo (21), a família de Kauã está organizando uma caminhada para homenagear os irmãos. O encontro está marcado para às 9h, saindo do antigo hotel canto sol em Jardim Camburi, até o memorial Araceli, no mesmo bairro. Eles reivindicam justiça e lutam contra o abuso sexual de crianças e adolescentes. A a população está convidada a participar com camisa branca, bolas e cartazes.

Para o avô de Kauã, Marlucia Butkovsky, se passou um ano de muita saudade. “Minha vida sem você se resume em dor! A única coisa que tenho certeza é que estás em meu coração para sempre. Hoje, vocês brilham no céu, dois anjinhos, puras almas Kauã e Joaquim, que poderiam estar aqui nos alegrando. Mas um monstro nos tirou e eu pergunto: porque há tanta maldade no coração do ser humano? É uma barbaridade sem tamanho. Quero que nossas leis sejam mais severas, para que monstros não fiquem impunes. Apelo as autoridades que façam isso o mais breve possível, por nossas crianças! Queremos que os culpados sejam julgados en júri popular! Que todos os envolvidos sejam punidos!! A justiça brasileira é muito lenta.

Marlucia também deixou um recado para pais e avós. “A dor da saudade não tem explicação! A cada dia que passa é a confirmação de não ter volta. O que falo aos pais e avós é que a certeza é do hoje. Então ame, cuide, eduque como se não houvesse amanhã. Perceba mais as crianças, ouça-as mais. O adulto e responsável por ela! Ano passado, na Páscoa, foi a nossa despedida do Kauã e Joaquim, sem sabermos. Nesses três dias que estivemos com ele e foi de muitas alegrias, brincadeiras e de muito amor. Hoje tenho saudades eterna do meu lindo, que amarei pra sempre”.

Relembre o caso

Kauã e Joaquim: um ano após o crime, família ainda não sabe se caso vai a Júri Popular
Juliana Salles, mãe das crianças mortas em incêndio, ao lado marido e pastor George Alves. Os dois são os acusados pelo crime. Foto: Reprodução / Facebook

Os corpos dos irmãos Joaquim Alves Salles, de 3 anos, e Kauã Salles Butkovsky, 6, foram encontrados carbonizados, dentro de um quarto da residência onde eles moravam, em Linhares, na madrugada do dia 21 de abril de 2018, em Linhares. A mãe deles, Juliana Salles, estavam em viajem fora do estado.

Inicialmente, Georgeval Alves, pai Joaquim e padrasto de Kauão, contou que acordou com o choro dos dois pela babá eletrônica e percebeu que o quarto em que as crianças dormiam estava em chamas. Ele disse que foi até o cômodo e tentou salvá-las, mas acabou queimando os pés e sendo empurrado para fora pela força do fogo.

No entanto, chamou a atenção às informações dadas por Georgeval Alves à polícia e publicamente. As lesões pelo fogo do incêndio causaram apenas machucados simples nas mãos dele, o que o levou a ser investigado. A prisão dele aconteceu no dia 28 de abril.

A conclusão do inquérito foi apresentada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), na manhã do dia 23 de maio, em Vitória. Durante a perícia, foi identificado que o cenário era incompatível com um incêndio acidental e que a cena do crime mostrou que o investigado inicialmente molestou as duas crianças, as agrediu após abusos sexuais e ateou fogo nas vítimas, com o propósito de ocultar os estupros. Na ocasião, a polícia descartou a possível participação da esposa do pastor, Juliana Salles.

A Justiça do Espírito Santo recebeu, no dia 18 de junho, a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Linhares, contra Georgeval Alves e Juliana Sales. O MPES também pediu a prisão preventiva deles, por prazo indeterminado, pelos crimes de duplo homicídio, estupros de vulneráveis e fraude processual. Georgeval Alves responderá ainda pelo crime de tortura.

Juliana Sales foi presa no dia 20 de junho, no município de Teófilo Otoni. O MPES, responsável pela prisão, afirmou ter provas contundentes de que a mulher conhecia o desvio de conduta do marido, assim como os problemas com sua sexualidade e mesmo assim deixou os filhos com ele. “A omissão de uma mãe nesse caso tem valor equivalente ao crime”, explicou a promotora Raquel Tannenbaum. Por conta disso, Juliana foi acusada de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e fraude processual.

No dia 10 de outubro, foi realizada a primeira etapa da audiência de instrução do caso, na 1ª Vara Criminal, no Centro da capital. Na ocasião, foram ouvidos o comerciante Rainy Butkovsky, de 31 anos, pai de Kauã, e a avó, Marlúcia Butkovsky. Também foram ouvidos peritos da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, responsáveis pela investigação das causas do incêndio.

No dia 8 de dezembro de 2018, Juliana Sales conseguiu liberdade provisória. Porém, uma semana depois, no dia 13 de dezembro, ela foi novamente detida. A prisão da mãe dos meninos não durou muito e no dia 30 de janeiro deste ano ela foi solta pela segunda vez e permanece em liberdade.

A última audiência da primeira fase de julgamento do caso aconteceu no dia 19 de fevereiro, no Fórum de Linhares, onde foram ouvidos os réus Juliana Sales e Georgeval Alves. Do lado de fora do local, a família de uma das vitimas estava realizando um protesto e no fim da audiência o pai de Kauã, Rainy Butkovsky foi detido por desacato a um juiz, mas solto um dia depois.

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