O soldado da Polícia Militar Afonso Miler Costa de Melo, que foi baleado na cabeça na manhã desta terça-feira (20), quando saía de uma academia de jiu-jitsu em São Torquato, Vila Velha, passou por uma cirurgia para a retirada da bala. Segundo a assessoria da PM, o policial segue em estado gravíssimo na UTI do Hospital São Lucas e será monitorado nas próximas 48 horas.
Durante a tarde, cinco suspeitos de envolvimento no crime foram presos em Boa Vista. Um deles, menor de idade, admitiu ser o autor do tiro. O outro soldado que acompanhava Afonso não se feriu e, segundo o coronel Alexandre Ramalho, chefe do Comando de Polícia Ostensiva Metropolitana (CPOM), já reconheceu os acusados.
Segundo o coronel, no momento do ocorrido os soldados circulavam como cidadãos comuns. “Eles foram vítimas da violência urbana, protagonizada mais uma vez, por esses indivíduos com perfil que já conhecemos. Ou seja, erradicação escolar, erradicação familiar, desassociado de qualquer vínculo social que permita alguma progressão na sociedade. Sempre incisivos no mundo das drogas, no tráfico de entorpecentes”, relata o coronel Ramalho.
De acordo com o delegado Breno Andrade, os cinco acusados foram presos em Boa Vista. Um deles, menor de idade, teria sido o autor dos disparos e estava acompanhado de outro suspeito, maior de idade. Ambos têm passagem pela polícia, um por roubo e outro por tráfico de drogas.
Os outros três detidos auxiliaram a fuga da dupla após o crime. Ainda segundo a polícia, todos os envolvidos são conhecidos por participarem do tráfico de drogas na região.
O caso
Andrade informou que após o treino de jiu-jitsu, os dois soldados saíram da academia e se dirigiram à casa do professor para efetuar o pagamento da mensalidade. Ao esperarem o treinador na porta, a dupla de PMs foi surpreendida com os tiros. O delegado disse ainda que não foi anunciado nenhum assalto, os dois suspeitos já chegaram atirando e os policiais não tiveram nem tempo de reagir mesmo estando armados.
Logo depois os suspeitos fugiram a pé. A polícia não descarta a possibilidade de que os soldados tenham sido confundidos com membros de uma quadrilha rival, ou que tenham sido identificados como policiais militares.
As prisões foram feitas uma hora e meia depois do fato, no bairro Boa Vista. E segundo o delegado Breno Andrade, durante as investigações será verificado o que de fato motivou o crime. “A gente vai fazer o procedimento que cabe, que é o de homicídio de forma tentada contra duas vítimas. Eles serão detidos e encaminhados e ficarão a disposição da justiça”.
