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Reintegração de posse na Serra deixa 35 famílias sem teto

Laureen Bessa – [email protected]

{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2014/07/31/1_mrc_0360-82664.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'53daa5b51cbdb', 'cd_midia':82614, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2014/07/31/mrc_0360-82614.jpg', 'ds_midia': '', 'ds_midia_credi': 'Fernando Quintiliano', 'ds_midia_titlo': '', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '300', 'cd_midia_h': '200', 'align': 'Left'}Indignação, raiva, tristeza e desespero. Esses foram alguns dos sentimentos expressados pelas 35 famílias que perderam suas casas nesta quinta-feira (31), em Novo Horizonte, na Serra. Policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME) e nove oficiais de justiça cumpriram a ordem judicial de reintegração de posse, expedida pela 4ª Vara Civil, em maio deste ano. Vejas as fotos abaixo.
Por volta das 7h30, policias da BME e os oficiais de justiça, juntamente com a advogada do proprietário do terreno (que não quis se identificar), chegaram ao local – conhecido como São Sebastião – em Novo Horizonte, para iniciar a retirada das famílias.
De acordo com a oficial de justiça, Juliana Mara Fraga, foi pedido que os moradores se retirassem voluntariamente, caso contrário, o contingente de policiais iria garantir que o mandado fosse cumprido. “Demos 20 minutos para que saíssem voluntariamente, eles tiveram 30 dias a partir da decisão judicial liberar o terreno. Os policiais estão aqui para garantir que o mandado seja cumprido”.
Segundo os moradores, são 52 famílias que habitam o local, mas o levantamento oficial realizado pelos oficiais de justiça apontou apenas 35. Os residentes da área invadida afirmaram não ter para onde ir, alguns gritavam, “só fazem isso porque tem um teto seguro sobre a cabeça”.
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Já Delfina da Silva Horácio, 32, e seu esposo Paulo Santos, 27, pais de três crianças, informaram que não sabiam que o terreno tinha dono, que quando decidiram ir para o local ‘compraram o seu pedaço de terra’. “Comprei, na época eu dei a minha moto como pagamento, comprei de uma pessoa que já estava aqui. Não sabíamos que esse lote tinha dono, agora o que podemos fazer é sair daqui né”, disse Paulo Santos.
“Aqui era um brejo que estava aterrado, a gente pegou empréstimo para poder construir nossa casa, agora que está tudo bonitinho a gente tem que sair. É muita tristeza, dói, meu coração está partido, não tenho para onde ir. Tudo é incerto daqui pra frente, vim pra cá porque era melhor para os meus filhos, agora não sei de mais nada”, afirmou Delfina da Silva.
André Lacerda, secretário da Associação de Moradores de Novo Horizonte, informou que os pertences dos moradores serão encaminhados para um depósito da prefeitura, no bairro Feu Rosa. Sobre o destino das pessoas, Lacerda disse que também não recebeu nenhum posicionamento.
Às 10h20 da manhã caminhões enviados pelo dono do terreno chegaram ao local para ajudar os moradores a transportar os móveis. Alguns pertences foram deixados na calçada da Associação de Moradores, porque o mesmo estava com os portões fechados. Segundo Lacerda, a área não comporta a quantidade de coisas e de moradores, além disso, no próximo sábado (2), há um casamento marcado para ser realizado no local.
A partir de meio dia, o trator contratado pelo proprietário do terreno começou a demolir as residências. Moradores ficaram revoltados, crianças e adultos choravam, enquanto suas casas eram derrubadas. Desempregado, Pedro Alcântara, 48, disse estar desesperado com essa situação. “Ver minha casa sendo demolida dói demais. Eu a construí com muito suor, trabalhando muito, gastei um bom dinheiro aqui, não sei como vai ser daqui pra frente. Todos os sentimentos ruins bateram de uma vez só”, desabafou.
Até às 13h20 a Prefeitura da Serra não havia se manifestado sobre a situação dos moradores de São Sebastião. Uma representante da Secretaria Municipal de Direitos Humanos esteve no local para acompanhar a desocupação, mas não soube informar o que aconteceria dali para frente.
Moradora de Novo Horizonte há dois anos, Raiane Silva, 20, que também mora de frente para a Associação de Moradores do bairro, informou que nunca havia visto tanta injustiça. “É muito injusto tudo isso, os caminhões vieram e deixaram as coisas deles aí jogadas e foram embora, dois caminhões cheios tentou deixar mais coisas aí, mas não conseguiram e foram embora. É triste ver isso, dói muito, são coisas de pessoas que lutaram muito para conseguir ter, se chover, o pouco que eles têm vai se acabar”, relatou.
O terreno de São Sebastião, em Novo Horizonte, pertence ao sul-coreano Kwang Chul Bae, que desde fevereiro de 2014, luta na justiça para reaver os dois lotes, que juntos somam uma área de aproximadamente 10 mil metros quadrados.
A Prefeitura da Serra, por meio de nota, informou que essa é uma reintegração de posse de uma área particular por decisão judicial, e o município não é parte do processo. Uma equipe técnica formada por secretários municipais recebeu a comissão de moradores e vai iniciar a análise de perfil das famílias para dar os encaminhamentos necessários.
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