A decisão do Supremo Tribunal Federal de transferir para fevereiro de 2016 o julgamento do pedido de afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, não é obra do acaso.
Não se trata, definitivamente, de questão operacional ou organizacional. Não se pode alegar falta de tempo numa questão de tamanha relevância.
O problema é que o STF vive hoje sob a desconfiança da sociedade brasileira. Parece estar a serviço de um partido e de uma ideologia. Parece ter se transformado num “puxadinho” do Partido dos Trabalhadores.
Julgar o pedido e afastar Eduardo Cunha é tirá-lo de cena. Isso, consequentemente, voltaria o faço para a presidente Dilma Rousseff, que encontra sob fogo cruzado, enfrentando um processo de impeachment.
Melhor, portanto, manter Eduardo Cunha em evidência, como inimigo público número um.
É o único assunto que consegue mobilizar segmentos importantes da sociedade civil brasileira – mesmo os que querem também o afastamento de Dilma Rousseff.
Não se pode esquecer que o pedido de impeachment não é o maior problema da presidente Dilma Rousseff. Ela enfrenta ainda a traição do ex-presidente Lula da Silva (o idiota que foi pra Espanha fazer piada de português e virou motivo de chacota em toda a Europa), recessão, inflação, desemprego, e processo de cassação do mandato no Tribunal Superior Eleitoral.
Não bastasse tudo isso, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investimento do país esta semana, configurando o segundo rebaixamento da nota brasileira feito pela agência em dois meses.
O rebaixamento veio um dia depois que o governo propôs a redução da meta de superávit primário de 2016 para 0,5% do PIB.
A única pessoa lúcida na equipe ministerial, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendia uma meta de 0,7%, e considerou o anúncio da agência Fitch como de extrema gravidade.
Alheio ao que acontece no País, o governo federal continua gastando dinheiro subtraído da Petrobrás e de outros contratos espúrios para levar manifestantes às ruas e manter aliados subsidiados com recursos públicos nas redes sociais.
Trata-se de um governo dividido entre o aético, o imoral e o amoral.
O Brasil continua sendo um país normal.
Anormal é nosso governo.
Podemos tirar do poder Dilma Rousseff, Lula da Silva, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e os inquilinos políticos e empresariais da Papuda e da carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Enquanto o Supremo Tribunal Federal for um aparelho jurídico do Partido dos Trabalhadores não há esperança.
O resultado da votação de hoje só pode ter sido ilusão de ótica.