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Polícia confirma: ex-marido e sogro tentaram matar Milena Gottardi outras vezes

MilenaA Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a morte da médica Milena Gottardi, que veio a óbito no dia 15 de setembro após atentado sofrido na noite do dia anterior dentro do estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória. Milena foi baleada por volta das 19 horas, quando deixava o plantão. Segundo a polícia, são mais de duas mil páginas com testemunhos de 43 pessoas.

“Não restou dúvida durante as investigações por todo o material probatório formado em um mês do envolvimento dos mandantes, intermediários, executor e participe no crime. Cada um teve sua esfera de participação nesse crime. Tudo isso nos levou com segurança ao indiciamento de cada um deles”, disse o delegado Janderson Lube.

Todos os indiciados – ex-marido, sogro, dois intermediários o atirador e um co-autor, responderão por homicídio qualificado, roubo e emboscada. O crime foi arquitetado por Hilário e Esperidião Frasson, ex-esposo (com quem Milena tinha duas filhas) e seu pai, respectivamente, que também responderão por feminicidio por terem parentesco com a vítima. O plano do crime poderia ter acontecido cerca de um mês antes, porque as tentativas foram muitos e frustradas.

Segundo o testemunho e um dos intermediários, Valcir da Silva, todas as vezes que o assassinato não acontecia, o ex-sogro era quem mais reclamava e cobrava novas tentativas. Relatou ainda que todas as vezes que deixava Fundão, onde mora, Hilário pagava o custo do combustível do carro pelo deslocamento até Vitória e o retorno para casa.

Inicialmente apontados como intermediários, Valcir e Hermenegildo Palauro Filho são acusados de terem dado suporte ao crime. As investigações não conseguiram revelar quando o crime renderia a cada um dos participantes, mas o delegado não acredita que tenha sido de graça.

Dinâmica do crime
No dia do crime, por volta das 17 horas o carro de um dos intermediários, Valcir da Silva, foi registrado passando pela BR 101 na localidade de Timbuí, em fundão, sentido Vitória e o mesmo carro chegou ao local do crime às 17H34m. Vinte e um minutos depois quem entrou no estacionamento foi Dionathas Alves, o assassino. Ele pilotava uma moto de cor vermelha.

A última imagem de Milena Gottardi ainda com vida, foi por volta das 19 horas, em pé, com a mão no bolso do jaleco, conversando com uma colega de trabalho. Seis minutos depois o crime já havia sido consumado. Valcir foi quem contratou Dionathas, e logo após ver o “serviço concluído”, seguiu de volta para Fundão, chegando pouco depois das 20 horas.

Hilário é o ex-marido de Milena, mandante
Hilário é o ex-marido de Milena, mandante

Para a polícia não resta dúvida para a polícia que os responsáveis pelo assassinato foram Hilário e Esperidião Frasson, motivados por interesses financeiros e ódio. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Janderson Lube, da Divisão de Homicídios e Proteção à Mulher, o sogro da vítima não aceitava a separação por ter se desfeito de umas terras, no valor aproximado de R$ 100 mil para pagar dívidas do filho, Hilário, e a residência médica de Milena no estado de São Paulo.

“Cada um teve sua motivação. Dionathas com relação a recompensa da execução; Bruno também para receber; Hermegenildo e Valcir também, apesar de não falarem de valores, não há como terem praticado algo nesse sentido sem recompensa pecuniária. Com relação ao Hilário e Esperidião todo o material probatório permitiu aferir que nenhum deles aceitava o fim do casamento. Cada um por seu motivo especifico. Hilário não aceitando a separação e o Esperidião por motivos morais e ao que tudo indica por ter ajudado a Milena em outra oportunidade, financeiramente, quando ela fazia residência em São Paulo. Dali ele passou a vela não como uma nora, mas como um problema familiar. E os dois decidiram o extermínio, tudo indica que há dois meses atrás”.

Na avaliação do delegado, o sogro de Milena deixou de vê-la como nora e membro da família, para um problema financeiro. Uma vez que a separação consumada obrigaria o filho a ter responsabilidades financeiras com a médica e as duas filhas. “Ele queria a volta do casamento, mas quando percebeu, dois meses antes do crime, que a doutora Milena estava decidida pela separação, Esperidião e o filho começaram a arquitetar o crime”.

Frieza
Lube informou ainda que Hilário, que na época do crime trabalhava como policial civil na Chefatura de Polícia, mentiu em seu primeiro depoimento. Ele disse em testemunho que sua separação matrimonial estava acontecendo de forma amigável, contudo em mensagens de Whatsapp ele fazia ameaças a ex-mulher.

“A carta contextualiza junto ao depoimento de outras testemunhas o que a Milena estava passando naquele momento, principalmente no início da separação. E foi importante para indicar essa linha de investigação envolvendo propriamente o Hilário. E também descontrói o depoimento dele quando ouvido pelo plantão da DHPP. Naquele momento ele disse que estava tudo bem e que a separação era amigável. Mensagens de WhatsApp e ameaças mostra que em verdade isso não ocorreu. Descontrói de maneira muito contundente que tudo estava bem entre eles. Na verdade não era bem assim”.

No dia da morte de Milena Gottardi, pela manhã, constatou-se, mais uma vez, a frieza do policial. Cerca de dez horas depois da confirmação do óbito – a médica passou por uma série de procedimentos cirúrgicos, na tentativa de ter a vida salva – antes mesmo de o corpo ser liberado para velório e enterro, Hilário assistiu filmes pornográficos. A perseguição dele também ajudaram os investigadores a traçarem o perfil do policial criminoso. Hilário Frasson chegou a perseguir a esposa e contratar pessoas para monitorarem a ex-mulher.

“A todo momento, desde o depoimento no plantão na divisão de homicídios, e após todas as circunstâncias, do cumprimento da primeira medida cautelar contra ele no sábado e durante toda semana, ele se mostrou muito frio. Durante todas as provas apresentadas ele apresentou um desprezo pela vida da Milena”.

Presos uma semana após o crime, todos tiveram suas prisões convertidas de temporárias para preventivas, e o ex-marido da vítima deverá ser expulso da Polícia Civil.

Presos
A médica Milena Gottardi Tonini Frasson, tinha 38 anos e foi morta por volta das 19h, do dia 14 de setembro, no estacionamento do Hospital Universitário (Hucam), em Vitória. Uma amiga, também médica, que acompanhava a vítima até o carro, disse que o atirador estava em uma moto quando as abordou. O homem teria simulado um assalto e pedido os celulares, mas em seguida atirou em Milena e sem roubar nada fugiu do local.

Os responsáveis pelo crime, agora presos por tempo indeterminado, até serem julgados pela Justiça são: Policial civil Hilário Antonio Fiorot Frasson, ex-marido da médica Milena e um dos mandantes da morte. Esperidião Carlos Frasson, 71 anos, pai de Hilário, e outro mandante do crime. Valcir da Silva Dias, 49 anos, contratou o atirador. Eles estão presos desde o dia 21 de setembro. Hermenegildo Palauro Filho ajudou a arquitetar e organizar a dinâmica do crime. No dia da morte ele estava com Valcir, mas fugiu de Fundão e só foi preso em 25 de setembro na cidade mineira de Aymorés.

Dionathas Alves Vieira foi quem cometeu o crime. Ele foi preso dois dias após ter atirado em Milena e responde por outros crimes na cidade de Fundão. A polícia investiga se a arma usada por ele foi usado em outros crimes. Bruno Rodrigues Broetta é cunhado de Dionathas e foi quem arrumou a moto usada pelo assassino. O veículo foi roubado em 13 de agosto no centro da cidade de Fundão.

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