A nova rodada de negociações do Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta terça-feira (13), durou mais de 3 horas. Mas os resultados não foram os esperados pelos bancários, pois a Fenaban não ofereceu nenhuma nova proposta, e manteve os números oferecidos na semana passada. Com isso, a classe continua com a greve em tempo indeterminado.
A Fenaban convocou uma nova rodada de negociações para a quinta-feira (15), às 16h em São Paulo. “É inaceitável que a Fenaban convoque reunião sem sinalizar nenhuma nova proposta para a categoria. Deixa claro que os bancos não querem negociar e estão tratando seus empregados com desdém. Reafirmamos que não aceitaremos abono, queremos reajuste real e soluções para os problemas de saúde e condições de trabalho da categoria, que hoje é uma das que mais adoecem física e psicologicamente em função do estresse e da cobrança de metas”, é a expectativa do diretor do Sindibancários do ES, Idelmar Casagrande.
Na ultima rodada realizada na sexta-feira (9), a categoria recusou a proposta da federação, que ofereceu um reajuste de 7% nos salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, mais abono de R$ 3,3 mil.
O presidente afirma que os bancos não tem motivo para recusar a proposta do Comando Nacional, já que eles não são atingidos pela crise econômica que o país está passando. “A crise que atinge o trabalhador brasileiro, não afeta os bancos, que continuam lucrando com a exploração do trabalho bancário e dos clientes. No primeiro semestre de 2016, foram R$ 29,7 bilhões de lucro. Enquanto isso, de janeiro a julho houve corte de 7.897 postos de trabalho”, argumenta o diretor”.
Enquanto os bancários não entram em acordo com a Fenaban, a população vai ter continuar buscando formas alternativas para fazer suas transações financeiras. Ainda mais quando há um aumento no número de agencias aderindo à paralisação.
Em oito dias de greve, são 11.531 agencias e 48 centros administrativos paralisadas no país, segundo o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindbancários). Isso significa que quase metade das agencias do país em greve. No Estado são 333 agências fechadas nesta terça-feira (13), 185 da Grande Vitória e 148 do interior. Desde o primeiro dia de greve no dia 6 de setembro, são 78 agências a mais, paralisadas.
Principais reivindicações dos bancários:
– Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.
– PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
– Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
– Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
– Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
– 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
– Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
– Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
– Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Sindibancários/ES