Leone Oliveira – [email protected]
Uma tentativa de assalto assustou moradores e comerciantes do bairro Jardim Camburi, em Vitória, no início da tarde desta terça-feira (02). Um homem, em uma moto, tentou roubar um pai que deixava o filho em uma creche na esquina das ruas Carlos Martins e Carlos Gomes Lucas. A vítima conseguiu pegar a arma do assaltante e efetuou três tiros, um deles acertou o criminoso. Mas ele conseguiu fugir.
A ação aconteceu por volta do meio-dia. Segundo relato de comerciantes próximos ao local da tentativa de assalto, quando o homem rendeu pai e filho dentro do carro, na porta da creche, a vítima pediu para que o assaltante o deixasse retirar a criança do carro. Nesse momento, ele esbarrou na arma do criminoso. O revólver caiu e os dois entraram em luta corporal. De posse do armamento, o pai disparou três vezes e uma delas atingiu o assaltante que mesmo baleado conseguiu fugir do local na moto. As testemunhas não souberam informar qual parte do corpo do suspeito o tiro atingiu.
De acordo com moradores e comerciantes do bairro, as ações criminosas têm se tornado comuns no bairro. “Assalto tem direto”, disse a manicure e designer de sobrancelhas, Daniele Alves.
Ela relatou que, na última segunda-feira (01), pegou um ônibus da linha 800, do sistema Transcol, e que passageiros comentavam que o coletivo tinha sido alvo de assaltantes, na semana passada, enquanto passava por Jardim Camburi. Próximo ao Shopping Praza, dois homens entraram e anunciaram o assalto.
“Aqui mesmo tive que botar câmera e cadeado lá embaixo”, revela o consultor de saúde de uma marca de sheiks, Sávio Andrade, que tem seu espaço para venda de produtos no bairro, próximo a Estácio de Sá. “A maioria das lojas estão trancadas”, observa ele. Os lojistas mantêm as portas fechadas a chave e só as abrem quando o cliente chega.
A moradora, Maria Lúcia da Silva, reclama que o bairro não tem segurança. “Há três meses, saí do salão e vi o rapaz levar o carro de uma moça. Tinha um bar próximo, mas ele nem se importou”, contou.
“O que está faltando mesmo é o policiamento”, diz a moradora Raquel Firme Thevenard. Ela espera que com a inauguração da nova Unidade Integrada de Polícia do bairro, prevista para outubro deste ano, a situação melhore.
Já o engenheiro, Evandro Chuquer, afirma que, em relação ao policiamento, a área onde mantém seu comércio, próximo ao Parque Fazendinha, possui presença da Policia Militar. No entanto, ele acha que falta um pouco mais de planejamento e distribuição dos grupos de PMs para que a região coberta pelas autoridades seja maior.
Mulher furta loja e é liberada na delegacia
Em alguns casos, não basta aos lojistas manterem as portas trancadas à chave para evitar roubos. A vendedora, Marcela Cruz, conta indignada a ação de uma mulher que, na última quarta-feira (27), furtou mercadorias da loja onde trabalha e foi liberada pela polícia mesmo com as imagens do furto.
“Desconfiei do jeito dela e da bolsa dela, mas não a vi pegando nada”, lembra a vendedora. Enquanto Marcela atendia uma cliente, a mulher olhava as araras de roupas da loja. De repente, ela pegou um vestido e colocou dentro da bolsa. Em seguida, foi para outra prateleira e pegou uma calça e, novamente, pôs na bolsa.
Por último, a mulher se dirigiu para a outra parte da loja, onde ficam expostos calçados. Lá, nem a presença da proprietária do estabelecimento intimidou a ação. A suspeita pegou um par de sapatos e colocou dentro da bolsa, saindo da loja em seguida.
Desconfiada, a vendedora olhou as imagens das câmeras de videomonitoramento da loja e constatou o furto. A proprietária da loja andou pelas ruas do bairro no carro da polícia na busca pela mulher. No entanto, não precisou ir muito longe para localizá-la. Um pouco mais tarde naquele dia, a suspeita foi até um laboratório que fica ao lado da loja. Os policiais a abordaram e mostraram as imagens do furto, porém a mulher (que ainda vestia as mesmas roupas de quando efetuou a ação) negou que era ela nas imagens.
Vendedora e suspeita foram encaminhadas para o DPJ de Vitória. As imagens foram apresentadas ao delegado, mas a mulher acabou liberada, o que causou indignação na lojista.
Marcela conta que essa mesma mulher já havia furtado oito objetos de uma loja de decoração do bairro e também uma loja de material de construção, porém os casos não geraram boletins de ocorrências, pois as vítimas dos furtos abordaram a suspeita na rua e pegaram as mercadorias de volta.