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Tunico da Vila e Djonga gravam juntos música sobre protesto

Tunico da Vila e o rapper mineiro Djonga gravaram juntos, na Barra da Tijuca, o novo single do sambista “Fogo no Racista” que será lançado pela Sony Music, no mês de agosto em todos os aplicativos de música. O samba acompanhado de rap, retrata o clamor dos protestos nas ruas pelo Brasil das mais de 500 mil mortes na pandemia, o genocídio do povo negro e o negacionismo do governo federal.

A gravação também poderá se acessada no canal do artista e conta ainda com a participação da rapper capixaba Mary Jane que gravou em Vitória, onde Tunico reside desde 2016.

“O samba sempre esteve em consonância com o que estava acontecendo nas ruas, com o povo, não tem essa de não se posicionar, estou me posicionando gravando para ficar registrado que não compactuo com o que está aí. O sambista precisa estar do lado do povo”.

E acrescentou sua insatisfação com a falta de reação de artistas neste momento de pandemia e problemas enfrentados pelo Brasil. “O silêncio musical dos artistas do meu segmento com muito mais recursos para gravar estava me incomodando, o povo está nas ruas gritando ‘parem de nos matar’, ‘quero vacina’, ‘quero comida’, quem é do samba não pode deixar de cantar, de gritar junto, foi assim que aprendi”, destacou Tunico.

Tunico da Vila e Djonga gravam juntos música sobre protesto

Representatividade

Sobre o convite a Djona e Mary Djane, ele destaca que pela representatividade dos dois, na música e nas causas sociais. “O samba veio do povo negro, do terreiro, do gueto, quem está mais sofrendo. Mesmo quando o momento é desastroso, quando teve desgoverno lá atrás os sambistas e as sambistas cantavam o que o povo estava passando com os militares, retrataram aquele momento. Eu chamei o Djonga que é um amigo, é de terreiro como eu, e está indignado e a Mary Djane que é capixaba, uma mulher, jovem consciente do seu papel de artista, que está na luta através da música”, explicou ele, que avalia novas parcerias.

Na letra da música Tunico da Vila cantou: “pretas e pretos na universidade isso é fogo no racista”, a expressão “fogo nos racistas” foi usada por Djonga na música “Olho de Tigre” de 2017 e também é utilizada pelo movimento antirracismo estampado em bonés e camisetas e faz referência ao racismo estrutural presente no Brasil.

O clipe

O videoclipe está sendo gravado no sítio histórico de Queimados em Serra, marco da luta negra no Brasil, segundo Tunico o local foi escolhido para lembrar que desde 1849 até hoje acontece a luta do povo negro pela vida, para não morrer e ela não acabou.

Queimados é um museu a céu aberto restaurado e entregue durante a pandemia. As ruínas são da igreja que os negros escravizados construíram com suas mãos, eles se rebelaram por não receber a alforria prometida pelo trabalho de construção. São heróis desta Insurreição Chico Prego, João da Viúva, Elisiário, e trezentos negros e negras que lideraram o grande levante.

Após conterem a revolta com crueldade em uma verdadeira caçada policial, os negros foram condenados à morte, presos e os que foram mortos tiveram seus corpos jogados na região conhecida como Lagoa das Almas.

Fotos de Vando Freitas/Divulgação

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