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Secretário de Educação do ES considera “volta às aulas urgente”, mas retorno permanece sem data

A vigência do decreto que suspende as aulas presenciais no Espírito Santo, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), chega ao fim na próxima segunda-feira (31). Até a última sexta-feira (21), no entanto, não havia uma definição estabelecida. Já nesta segunda-feira (24), durante participação no Summit Educação Brasil 2020, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo, o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, disse que “voltar às aulas é urgente”, mesmo sem uma definição de data, até o momento.

Para o secretário, a urgência, por sua vez, não deve significar “passar por cima das evidências e reabrir a qualquer custo”. De acordo com de Angelo, o retorno das aulas presenciais deve acontecer quando as instruções do processo de retomada vierem das autoridades de saúde. 

“Não estou falando de uma urgência para passar por cima das evidências e abrir a qualquer custo, mas no sentido de reconhecer que a escola aberta com aulas presenciais é fundamental não só pro ensino, mas para socialização, interação e observação das crianças”, explicou, citando o caso da menina de 10 anos, vítima de violência sexual em São Mateus, região Norte do estado, como uma situação que poderia ter sido observada dentro da escola. 

Mesmo diante dos prejuízos elencados pelo secretário, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), em nota, informou que “continua o planejamento para o retorno das aulas presenciais. O decreto do Governo segue até o dia 31 e, até o momento, não há data definida para o retorno. A Sedu reforça que mantém o diálogo com o Grupo de Trabalho (GT) formado por instituições como Sinepe, MP, Undime, Amunes, dentre outros”. 

Ao ser perguntada sobre o inquérito sorológico na comunidade escolar, e como vem sendo realizado o diálogo com os trabalhadores da educação pública, a Sedu não respondeu aos questionamentos da reportagem. 

Contra o retorno das aulas presenciais em tempos de pandemia, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) está organizando uma carreata na quinta-feira (27), às 9 horas, na região do Tancredão e do Sambão do Povo, em Vitória. 

Vale lembrar que, no último dia 6, o governador do estado, Renato Casagrande (PSB), disse que existe uma expectativa de volta às aulas no mês de setembro. No entanto, Casagrande ponderou que mesmo o estado, como um todo, estando na época com a média da taxa de transmissão da doença abaixo de 1, era preciso ter cautela para “bater o martelo”. 

Municípios

Secretário de Educação do ES considera "volta às aulas urgente", mas retorno permanece sem data
A reportagem também entrou em contato com as prefeituras da Grande Vitória — (Foto: Xinhua)

A reportagem também entrou em contato com as prefeituras da Grande Vitória para saber como as discussões sobre o retorno das aulas presenciais estão sendo realizadas. São elas: 

Em Vila Velha, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que “neste momento tem como principal objetivo a preservação da saúde de alunos, profissionais da área e dos respectivos familiares dos estudantes da Rede de Ensino”. Em razão disso, “não há condição de retorno às aulas presenciais nas Unidades de Ensino geridas pela Semed, que mantém um constante diálogo com todas as categorias que compõem a comunidade escolar: pais, responsáveis, conselhos e profissionais da área. A avaliação de todos é de que, neste momento, não há condições para o retorno das aulas presenciais”.

Sobre o inquérito sorológico nas escolas, a Semed disse que “ele é definido pela Secretaria de Estado da Saúde. Este cronograma segue em elaboração, com a atenção devida da PMVV/Semed e da Secretaria Municipal de Saúde”.

No município de Cariacica, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) informou que “o retorno presencial tem sido pensado coletivamente por municípios e pela rede estadual. A Seme explica que a Prefeitura de Cariacica está realizando uma licitação para a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e demais equipamentos para as escolas”.

Ainda de acordo com a Seme, “a compra de EPIs estão sendo concluídos e deve custar, em média, R$ 2 milhões em investimentos, mas ainda não foi licitada. Todos os itens que estão previstos no protocolo estão sendo adquiridos pela Prefeitura, que se adequará aos procedimentos para equipar todas as escolas simultaneamente. Quando as aulas retornarem, a Seme informa que as escolas estarão equipadas com materiais obrigatórios de segurança”. 

Já na Serra, “por enquanto, não há data para retorno às atividades presenciais.  A Secretaria de Educação da Serra já elaborou um protocolo de volta às aulas e, agora, está discutindo, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, o protocolo divulgado pelo Governo do Estado, para se adequar a essas orientações”. 

Em nota, a Secretaria de Educação do município explicou que “está em contato com os demais municípios da Grande Vitória e com o Governo do Estado para traçar estratégias conjuntas. Equipamentos de EPIs foram comprados, como máscaras para os profissionais e estudantes; álcool em gel, totem dispay, papel toalha; e outros. Todas as alternativas estão sendo estudadas para garantir mais segurança no retorno dos alunos e profissionais, como o rodízio de estudantes, uso obrigatório de máscaras, distanciamento de 1,5 metro dentro da sala de aula e 2 metros no refeitório”.

Sobre o inquérito sorológico, a secretária contou que “aguarda as orientações e diretrizes do Governo do Estado”.

Em Vitória, de acordo com a secretária de Educação do município, Adriana Sperandio, diversas ações estão sendo realizadas, mesmo sem uma definição de retomada das aulas presenciais. As ações vão desde compras de equipamentos sanitários à treinamentos dos profissionais da educação, e que trabalham nas unidades escolares.

“Nós estamos com um grupo de trabalho envolvendo a rede municipal de ensino, que está desenvolvendo os protocolos educacionais de volta às aulas, além de todas as providências no campo da biossegurança, como: álcool em gel, tapetes sanitizantes, termômetro digital, todos os EPIs, máscara para todos os estudantes… Ou seja, todos os equipamentos estão em processo de aquisição para no momento que retornarmos tenhamos as condições de segurança”, explicou

A reportagem demandou e entrou em contato com a Prefeitura de Guarapari, mas até a publicação não obteve resposta.

***

Reportagem atualizada no dia 24 de agosto, às 18h25, para inclusão da fala da secretária de Educação de Vitória.

Matheus Passos
Matheus Passos
Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário Faesa, atua como repórter multimídia no ESHoje desde abril de 2021. Atualmente também apresenta e produz o podcast ESOuVe. Ingressou como estagiário em junho de 2019. Antes atuou na Unidade de Comunicação Integrada da Federação das Indústrias do Estado (Findes).

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