O Espírito Santo registrou um marco na medicina ortopédica com a realização da primeira cirurgia de osteointegração no estado. A técnica, considerada uma das mais inovadoras no campo das próteses, oferece uma alternativa de maior conforto, mobilidade e qualidade de vida para pessoas amputadas que enfrentam dificuldades com o uso das próteses convencionais.
O procedimento foi realizado no Hospital Meridional Cariacica em um paciente de 40 anos, que teve a perna esquerda amputada após um atropelamento. Por conta de complicações de pele, ele não se adaptava à prótese tradicional, o que o tornava um candidato ideal para a osteointegração.
A técnica consiste na fixação direta da prótese ao osso, dispensando o encaixe convencional e proporcionando uma melhor integração entre o corpo e o dispositivo, além de reduzir dores, feridas e desconfortos comuns nas próteses tradicionais.
Segundo o ortopedista Diego Faria, responsável pelo procedimento, a osteointegração representa um avanço importante na reabilitação de amputados, permitindo uma recuperação mais natural dos movimentos e maior sensação de estabilidade.
“O paciente vai encaixar a prótese na endoprótese. Desse modo, a carga vai ser diretamente no osso e não nas partes moles, o que diminui problemas de pele como feridas, lesões cutânea, atrito, assaduras e dores crônicas”, explica Faria.
A cirurgia dura em média 2 horas e meia e é necessário um período de 6 semanas para haver a total integração da prótese no membro. “É de fato uma evolução para o tratamento dos amputados, pois a técnica respeita a biomecânica funcional do membro. A osteointegração vem trazer biomecânica e marcha funcional para o paciente próximo ao anatômico. A prótese é removível de fácil colocação”, diz.
No Brasil, o procedimento ainda surge de forma lenta sendo mais popular nos Estados Unidos, o que coloca o Espírito Santo entre os estados pioneiros.
