14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes chama a atenção para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do controle adequado da doença que atinge milhões de brasileiros e pode trazer sérias complicações quando não monitorada corretamente. Neste contexto, a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada da saúde, ajudando a transformar dados em cuidado e ampliando as possibilidades de qualidade de vida para quem convive com a condição.
Especializada no atendimento a idosos, a MedSênior aposta em Inteligência Artificial (IA) para identificar automaticamente beneficiários com resultados de exames laboratoriais fora do padrão recomendado, permitindo intervenções rápidas e personalizadas no controle do diabetes. O resultado é que, ao serem encaminhados para um programa de monitoramento, as complicações graves da doença foram revertidas em até 60% dos pacientes acompanhados.
O uso da IA faz parte do Prime Diabetes, iniciativa voltada para beneficiários com diabetes que já apresentavam comprometimento de órgãos como rins e olhos. Com base nos dados analisados, o sistema identifica quem precisa de acompanhamento intensivo e direciona o paciente para uma linha de cuidado integrada, com foco no controle da glicemia e na reversão de danos já instalados. O programa já beneficia 496 pacientes, sendo 183 na região metropolitana da Grande Vitória.
De acordo com o superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior, o médico geriatra Roni Mukamal, o objetivo é garantir o controle da glicemia, buscando deter ou mesmo reverter as complicações da doença, por meio de um conjunto de ações envolvendo inovação do cuidado desde a captação até o fim do processo – da forma de abordagem e encaminhamento do usuário, à adesão ao tratamento, apuração dos dados e manutenção dos resultados obtidos.
Um exemplo prático é o caso de pacientes diabéticos que – por conta do comprometimento da retina, que é um dos resultados do descontrole da glicemia – faziam uso de injeções intraoculares numa tentativa de preservar a visão, já que os problemas causados pelo diabetes podem levar à cegueira definitiva em um curto espaço de tempo.
“Trata-se de uma doença que pode trazer consequências muito severas, comprometendo a longevidade, a qualidade de vida e o bem-estar do paciente. O que está em jogo num paciente com o diabetes fora de controle é sua perspectiva de viver mais e melhor e evitar as complicações temidas de funções vitais como a renal e a cardiovascular, e muito importantes também como a visão”, explica.
Monitoramento constante
Por meio da iniciativa, os beneficiários receberam, sem custo extra, sensores e insumos que permitem o monitoramento constante por meio de um aparelho de medição digital, e de um aplicativo desenvolvido especialmente para a função.
“Foi desenvolvido todo um trabalho de motivação, engajamento e treinamento para o uso dos recursos disponíveis. O paciente entendeu que o controle da doença poderia estar, inclusive de forma literal, em suas mãos. Com acompanhamento multidisciplinar de uma equipe com acesso às informações sobre sua rotina, esse paciente ampliou as possibilidades de medição, com dados disponibilizados de forma online para médicos, enfermeiros e nutricionistas. Dessa forma, passou a receber orientação personalizada, podendo inserir detalhes sobre medicações, doses de insulina, alimentos consumidos, entre outros dados”, explica Roni.
Ao longo de seis meses, além do monitoramento realizado, o beneficiário realiza avaliações laboratoriais como a hemoglobina glicada, marcador que indica a glicemia média mantida pelo paciente de forma geral, e não apenas pontual. Atualmente, são 496 beneficiários ativos no programa e, passados seis meses, 76% deles já estão com a hemoglobina glicada sob controle.
Além disso, outro resultado impactante diz respeito aos pacientes que já faziam uso de injeções intraoculares para conter lesões de retina que levam à cegueira. Do total deles, 63% tiveram alta do tratamento oftalmológico, restabelecendo a visão antes de uma situação de cegueira irreversível.











