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Infecções hospitalares passam de 8 mil em 1 ano no ES

O surto misterioso que acontece no Hospital Santa Rita acendeu o alerta em relação às infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), conhecidas popularmente como infecções hospitalares, no Espírito Santo. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e da Anvisa indicam que, entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram registradas 8.462 falhas na assistência à saúde, com 81 mortes associadas.

O levantamento, obtido pelo portal ES Hoje, revela que essas infecções continuam entre as principais causas de internações prolongadas e mortes evitáveis no sistema hospitalar.

Saiba mais sobre o surto no Hospital Santa Rita

Risco também em hospitais privados

Embora os hospitais privados possuam protocolos mais rigorosos de controle, eles também são suscetíveis a surtos quando há falhas em esterilização, ventilação e manutenção de equipamentos.

Autoridades sanitárias alertam que, em um ambiente hospitalar, qualquer descuido — por menor que pareça — pode resultar na disseminação de agentes infecciosos com potencial letal.

Vigilância Sanitária recomenda “precaução máxima”

Diante do surto investigado no Hospital Santa Rita, em Vitória, a Vigilância Sanitária Estadual emitiu uma recomendação técnica urgente a todas as unidades hospitalares do Espírito Santo.

O documento, elaborado pela Coordenação Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde (CECISS), determina:

  • Comunicação imediata de qualquer caso suspeito entre profissionais do Hospital Santa Rita internados em outros hospitais;

  • Uso obrigatório de máscaras N95 ou PFF2 durante os atendimentos;

  • Rigor máximo na higienização das mãos, conforme os cinco momentos definidos pela OMS.

De acordo com Eber da Silva Dantas, chefe do Núcleo Especial de Vigilância em Saúde, não há evidências de transmissão interpessoal até o momento. “Nenhum familiar ou profissional de outros setores apresentou sintomas”, destacou.

Lacen analisa amostras e descarta tuberculose

O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) recolheu amostras de água, sangue, roupas de cama e superfícies do hospital. O coordenador do laboratório, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, informou que as investigações, inicialmente voltadas a vírus, agora se concentram em bactérias e fungos.

“Trabalhamos com mais de 300 possíveis agentes. Já descartamos tuberculose e bactérias comuns. É um processo complexo e algumas metodologias exigem tempo”, explicou Rodrigues.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, confirmou que as equipes também estão avaliando a manutenção dos equipamentos e o sistema de climatização do hospital, que pode estar relacionado à origem das contaminações.

Prevenção é chave

Autoridades reforçam que higienização das mãos, monitoramento rigoroso de superfícies e manutenção preventiva dos equipamentos são as medidas mais eficazes para conter as infecções hospitalares.

Com o aumento de casos, a rede pública e privada capixaba deve manter “precaução máxima” nas próximas semanas, até a conclusão das análises laboratoriais.

Gustavo Gouvêa
Gustavo Gouvêahttps://eshoje.com.br//
Jornalista graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 2009; atuou nos principais veículos de comunicação do ES; tem mestrado em Ciências Sociais pela Ufes (2019) e é teólogo formado pelo Cetebes (Centro Teológico Batista do ES).

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