O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, classificou como “muito grave” a situação do surto de infecção ainda sem causa confirmada no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. Ele criticou a falta de comunicação imediata do hospital à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o que, segundo ele, dificultou as investigações sobre a origem do problema.
“A situação é muito grave. Tivemos profissionais de saúde que se tornaram pacientes. Uma pessoa ainda está em estado muito grave e intubada. O hospital deveria ter informado antes, pois o laboratório central precisava coletar amostras antes da desinfecção da ala afetada”, afirmou Hoffmann.
A enfermaria identificada como possível foco da contaminação já foi descontaminada, mas a Sesa alertou que a limpeza precoce pode ter comprometido a coleta de amostras necessárias para identificar o agente causador da infecção.
Leia mais sobre o surto misterioso no Hospital Santa Rita
Hospital confirma 14 casos e fala em melhora
Atualmente o número de pessoas infectadas é de 30, e a possível causa estudada é de contaminação ambiental no Hospital Santa Rita de Cássia. Entre os casos confirmados, está uma técnica de enfermagem internada na UTI em estado grave e intubada, segundo relatos de funcionários da unidade. O cenário desperta preocupação entre os profissionais que atuam na área atingida.
Em nota, o Hospital Santa Rita de Cássia confirmou 14 funcionários internados, sendo dois em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seis em enfermaria. A direção informou que a curva de casos apresenta queda desde o dia 22 de outubro e que nenhum paciente internado apresentou sintomas semelhantes. “O hospital segue em funcionamento normal. A hipótese inicial é de uma possível causa ambiental, que está sob investigação detalhada”, informou a instituição.
Um comunicado interno também orientou o uso de máscaras N95 ou PFF2 nos setores E, UTI, CME e Centro Cirúrgico.
Sindicato cobra proteção e atendimento aos profissionais
O Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (SEE-ES) informou ter recebido quatro denúncias relacionadas ao surto. A presidente da entidade, Valeska Fernandes, afirmou que vai solicitar intervenção da Sesa e notificar o hospital para garantir atendimento médico gratuito aos profissionais afetados.
“Os sintomas começam com tosse e dificuldade para respirar, evoluindo rapidamente para pneumonia. Estamos pedindo uso rigoroso de EPIs e acompanhamento médico para todos até que a origem seja identificada”, disse Valeska.
O que se sabe até agora
-
14 funcionários do Hospital Santa Rita foram internados com infecção pulmonar.
-
Uma técnica de enfermagem, de 48 anos, permanece intubada em estado crítico.
-
A Sesa investiga uma possível contaminação ambiental em uma enfermaria do SUS (Setor E).
-
A Vigilância Sanitária determinou uso obrigatório de máscara N95/PFF2 e “precaução máxima”.
-
Análises laboratoriais seguem em andamento para identificar bactéria ou fungo.
-
O hospital afirma que os casos estão em queda e que não houve novos registros desde o dia 22.
-
O secretário de Saúde criticou o atraso na notificação do surto.
-
O Sindicato dos Enfermeiros cobra transparência e apoio médico.
-
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa solicitou esclarecimentos e medidas urgentes à Sesa e à direção do hospital.











