Em coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (27), o secretário de Estado da Saúde, Thiago Hoffmann, afirmou que não há risco de contaminação para a população no surto que atingiu profissionais de saúde do Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. Segundo ele, a contaminação não se espalhou e não há evidências de transmissão de pessoa para pessoa.
Hoffmann explicou que o epicentro do surto está em uma ala de enfermaria com 40 leitos e no centro cirúrgico da unidade. Atualmente, 12 pessoas seguem internadas. O número é menor do que o registrado na semana passada, quando o ES HOJE revelou que pelo menos 26 profissionais de saúde haviam sido hospitalizados com quadro de infecção generalizada. Dias depois, o total de internados chegou a 30, incluindo uma técnica de enfermagem em estado grave.
Para reforçar as investigações, duas técnicas do Ministério da Saúde chegaram ao Espírito Santo e já atuam junto à equipe da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Hoffmann ressaltou que a presença delas é uma medida protocolar em situações como esta.
Desde que o caso veio à tona, amostras de água, sangue e superfícies do hospital foram enviadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/ES) e na Fiocruz. O secretário afirmou que boa parte dos vírus já foi descartada, inclusive o da Covid-19, e que as equipes trabalham agora para identificar vírus e bactérias entre quase 300 tipos de patógenos.
Segundo Hoffmann, a principal hipótese é de contaminação ambiental, possivelmente ligada à água ou ao sistema de ar refrigerado do hospital — uma linha de investigação que já havia sido antecipada pelo ES HOJE em reportagens anteriores. Desde então, medidas preventivas vêm sendo adotadas, como a coleta de amostras da rede hidráulica, o lacre de bebedouros e o uso de água mineral por funcionários.
Relatos de dentro da unidade, porém, apontaram nas últimas semanas falhas na comunicação interna e preocupação com o uso de equipamentos de proteção. A Sesa, por sua vez, reafirma que não há evidência de transmissão interpessoal, posição mantida também pela Vigilância Sanitária estadual, que emitiu um alerta recomendando precaução máxima até que a origem da contaminação seja confirmada.
O Hospital Santa Rita segue em funcionamento, mas setores ligados ao atendimento do SUS e ao centro cirúrgico permanecem sob investigação e monitoramento.











