Divulgada nesta quinta-feira (30/10), a nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta para manutenção do aumento do número de casos de graves de influenza A em São Paulo e indícios do avanço do vírus no Rio de Janeiro e Espírito Santo. A análise já alertava para uma segunda onda bastante atípica do vírus para esta época do ano em Goiás e no Distrito Federal, onde os casos começam a diminuir.
A análise é referente à Semana Epidemiológica 43, período de 19 de agosto a 25 de outubro. O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

Observa-se que 6 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 43: Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Tocantins. A alta do número de casos de SRAG com tendência de crescimento nesses estados se concentra especialmente nas crianças e/ou adolescentes de até 14 anos e tem sido impulsionada em grande parte pelo rinovírus.
No Espírito Santo há um aumento dos casos de SRAG na população de jovens e adultos de 15 a 49 anos, associado principalmente à influenza A. Os casos graves por influenza A continuam aumentando em São Paulo e mostram sinais de início de expansão para o Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Verificou-se ainda a manutenção do aumento das notificações de SRAG por Covid-19 no Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e em São Paulo, porém ainda em níveis baixos de incidência. No Espírito Santo, os casos de SRAG entre os idosos, associados à Covid-19, começaram a dar sinal de início de queda, mas estão em um patamar considerado moderado para a região.
Cinco das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 43: Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Palmas e São Luís.
Óbitos
Em relação aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 11.967 óbitos de SRAG, sendo 6.129 (51,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.723 (39,5%) negativos, e ao menos 193 (1,6%) aguardando resultado laboratorial.
Dentre os óbitos positivos do ano corrente, observou-se 49,7% são de influenza A, 1,8% de influenza B, 11,7% de vírus sincicial respiratório, 14,3% de rinovírus e 23,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 20,2% de influenza A, 2,8% de influenza B, 3,9% de vírus sincicial respiratório, 27,5% de rinovírus e 44,9% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Rinovírus
A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, aponta que o rinovírus tem impulsionado o aumento do número de casos de SRAG em crianças e/ou adolescentes no Acre, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Além disso, o metapneumovírus também tem contribuído para o crescimento do número de casos de SRAG em crianças no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina, além do adenovírus no Mato Grosso do Sul.
As hospitalizações por Covid-19 continuam aumentando em toda a Região Sul e em São Paulo, mas ainda em níveis baixos de incidência. O único estado que apresenta incidência moderada de casos graves pelo vírus é o Espírito Santo, mas os casos de SRAG entre os idosos apresentam sinal de queda.
“Diante do cenário de aumento dos casos de SRAG por Covid-19 e influenza A em alguns estados, é fundamental que a população mais vulnerável, como idosos, pessoas com comorbidades e imunocomprometidos, que têm maior risco de desenvolver quadros mais graves dessas doenças, mantenham a vacinação em dia contra esses vírus. Para quem mora em regiões com alta de casos de SRAG, recomendamos o uso de máscara em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde”, afirma a cientista.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 22,5% de influenza A, 1,4% de influenza B, 7,2% de vírus sincicial respiratório, 38,4% de rinovírus e 14,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos no mesmo recorte temporal foi de 20,2% de influenza A, 2,8% de influenza B, 3,9% de vírus sincicial respiratório, 27,5% de rinovírus e 44,9% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se 23,2% são de Influenza A, 1,2% de influenza B, 40,6% de vírus sincicial respiratório, 28% de rinovírus e 8,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19)). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 22,5% de influenza A, 1,4% de influenza B, 7,2% de vírus sincicial respiratório, 38,4% de rinovírus e 14,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Referente ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 200.652 casos de SRAG, sendo 105.721 (52,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 72.766 (36,3%) negativos, e ao menos 9.039 (4,5%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.



 
                                    









