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Prioritários na vacina não têm peso na economia

Desde o início da pandemia, além de uma crise sanitária e social, o coronavírus provocou rachaduras em uma economia brasileira ainda em recuperação. Restrições impostas à atividade econômica por conta da Covid-19 ocasionaram a queda na renda das famílias e adiamentos de investimentos e projetos empresariais e pessoais. 

Em meio aos questionamentos surge uma certeza camuflada, ao final, com uma interrogação: por que a vacinação é importante para a retomada da economia? 

Iniciada no Brasil em 17 de janeiro, a vacinação se tornou ponto chave para a recuperação da atividade econômica. Porém, com poucas doses e apenas o uso de duas vacinas (Coronavac e Oxford), apenas uma parcela da população brasileira começou a ser imunizada: idosos e trabalhadores da saúde. 

Mesmo sendo o primeiro grupo imunizado nestes primeiros meses de vacinação, o economista e doutor em Ciências Contábeis, Felipe Storch Damasceno, acredita que a economia, num primeiro momento e de forma tímida, pode girar em torno dos idosos e trabalhadores da saúde. Porém, prevê um incentivo econômico mais promissor quando uma parcela maior da população começar a ser imunizada. 

Prioritários na vacina não têm peso na economia
Num primeiro momento e de forma tímida, a economia pode girar em torno dos idosos e trabalhadores da saúde — (Foto: Divulgação/Prefeitura de Linhares)

“É possível o turismo de terceira idade, que movimenta bastante número de passagens e número de turistas por ano, e quantidade de dinheiro. Mas eu acho que pra isso precisa vacinar o pessoal um pouco mais novo. A gente ainda está [em um processo de vacinação] com uma idade muito elevada, onde a participação econômica é mais difícil no sentido de sair de casa, de ir a uma loja… Daqui a pouco pode acontecer, mas a gente precisa pensar um pouco sobre como as pessoas vão reagir a isso”, destacou o economista e doutor em Ciências Contábeis, que ainda ponderou que “por mais que o idoso possa viajar, a gente tem que pensar se ele vai querer e ter coragem”. 

Ao todo, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Espírito Santo possui mais de 500 mil pessoas acima de 60 anos e cerca de 124,4 mil trabalhadores da saúde. Com isso, dentre os mais de 4 milhões de habitantes, idosos e profissionais da saúde, juntos, representam cerca de 15% da população capixaba. 

A nível de Brasil, 28 milhões de pessoas estão na faixa etária acima de 60 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Número que representa 13% da população do país. Em relação aos trabalhadores da saúde, o país  conta com cerca de 3,5 milhões de profissionais. 

Eficácia

Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri diz que “as pessoas que foram contempladas pela vacinação não têm grande influência na retomada da economia de imediato”. Mesmo diante disso, Sepulcri acredita que só depois da segunda dose de vacina e do tempo de verificação da eficácia do imunizante, o que leva dias após a aplicação, a participação dos idosos “terá uma repercussão maior”. 

Prioritários na vacina não têm peso na economia
Prioritários na vacina não têm peso na economia — (Foto: Divulgação/Prefeitura de Linhares)

“Os idosos, com certeza, são aquela faixa da população que contribui, principalmente, para o turismo. Ou seja, a partir de uma certa idade, as pessoas de mais idade, certamente os aposentados, têm a necessidade de usufruir da parte de lazer. E, naturalmente, ao meu ver, o principal segmento, a ser beneficiado com o início da vacinação contra a pandemia, naturalmente é o de turismo”, avaliou o presidente da Fecomércio-ES. 

Espírito Santo na cola dos parceiros comerciais 

Esse crescimento no Espírito Santo, por sua vez, é visto por parte do presidente da Fecomércio-ES com otimismo. Sepulcri analisa que “a retomada da economia vai se concretizar após a certeza do sucesso da vacina contra o coronavírus. A retomada do crescimento brasileiro, especialmente capixaba, prende-se a esse fato [vacinação]”. 

Por outro lado, Damasceno destaca que o Espírito Santo é ligado a países, como China, Estados Unidos e alguns da Europa, com a exportação de celulose, minério, pedras e café. Tendo em vista isso, e o crescimento econômico destes parceiros comerciais, o economista e doutor em Ciências Contábeis avalia que a economia capixaba tende a ser puxada. 

Apesar da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 2,3% em 2020 em comparação com o ano anterior, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas. Nos Estados Unidos, porém, o PIB sofreu uma queda de 3,5% em 2020, segundo estimativa do Departamento de Comércio americano. 

“A gente vê a China com perspectiva de crescimento, Estados Unidos também… A Europa talvez um pouco menos. Mas sobre os nossos dois maiores parceiros comerciais, eles tão com boa perspectiva de crescimento pra esse ano, mas a China já tá crescendo, os Estados Unidos, o Biden tem um plano econômico muito, muito ousado, muito grande, que vai fazer a economia americana crescer. Então, isso tende a puxar o crescimento do Espírito Santo. Então, eu acho que ele [estado] tá com certa vantagem”, disse Damasceno, avaliando que “dado que os nossos parceiros comerciais estão crescendo” o Espírito Santo deve crescer mais do que a média brasileira este ano. 

Em nota conjunta, as secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz) e Desenvolvimento (Sedes), avaliam que, com a vacinação/imunização da população, além de salvar vidas, trará segurança e otimismo para todos os cidadãos.

“Proporcionando que as pessoas possam buscar empregos, empreender, retomar seus hábitos de consumo, bem como estimulará a produção industrial e geração de empregos e renda. A vacina é um insumo essencial para a retomada econômica. Porém, não é possível traduzir em números o ritmo da retomada relacionado à velocidade de vacinação”, diz a nota.

Matheus Passos
Matheus Passos
Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário Faesa, atua como repórter multimídia no ESHoje desde abril de 2021. Atualmente também apresenta e produz o podcast ESOuVe. Ingressou como estagiário em junho de 2019. Antes atuou na Unidade de Comunicação Integrada da Federação das Indústrias do Estado (Findes).

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