A Praia de Camburi, em Vitória, amanheceu neste domingo (27) com cruzes e covas que representavam as mais de 500 mil vidas perdidas pela Covid-19 em mais de um ano de pandemia no Brasil. O ato foi realizado por movimentos sociais, que também pediam o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os manifestantes, de acordo com informações obtidas pela reportagem, chegaram ao local por volta das 5 horas da manhã deste domingo e permaneceram até o meio-dia. Em uma rede social, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (DCEUfes) disse que manifesta mais uma vez o luto pelas perdas de milhares de brasileiros.
De acordo com a diretora da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) Junia Zaidan, as motivações do ato estão ligadas, sobretudo, às mais de 515 mil mortes pela Covid-19 no país, como, também, a vacinação em massa, o auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600 e outros elementos da conjuntura atual.
“A corrupção ligada a vacina Covaxin, o massacre dos trabalhadores que estamos vendo com o desemprego em alta, com toda miséria que a gente está vendo se ampliar… São esses os principais motivos que nos trouxeram”, disse Junia, que também participa do Fórum Capixaba em Defesa da Vida dos Trabalhadores, um dos movimentos que organizou o ato deste domingo.
Mobilização nas ruas
Em uma postagem, o DCEUfes informa que estará nas ruas no próximo sábado, dia 3 de julho, contra o governo federal. Essa será a terceira manifestação contra o presidente Bolsonaro realizada no Espírito Santo, após as de 29 de maio e do último sábado, 19 junho.
Segundo Junia, uma carreata às 14h foi definida para o próximo sábado, ainda sem local de concentração estabelecido. “Uma construção ainda está sendo feita pelos movimentos que fizeram esse ato em Camburi para as próximas manifestações de rua”.
Inicialmente, as protestos pelo país estavam marcados para 24 de julho. Contudo, diante das revelações feitas à CPI da Pandemia pelos irmãos Miranda — o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda — já foi possível ver manifestações ganharem forma, em regiões do país, neste final de semana, a partir do desgaste do presidente, que acelerou o processo de mobilização nas ruas.
O Brasil ultrapassou a marca de 500 mil mortes pela Covid-19 no último sábado, em meio aos protestos. De lá para cá, juntamente com isso, a temperatura aumentou diante de possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal.
Foto de capa: Divulgação/Zanete Dadalto