As vitrines já exibem cartazes de “ofertas imperdíveis”, e o comércio capixaba se prepara para o mês mais disputado do ano. Embora a Black Friday de 2025 esteja marcada para a semana do dia 28 de novembro, a maratona de descontos começou bem antes — e se estende por todo o mês, com promoções em praticamente todos os segmentos.
Segundo o Connect Fecomércio-ES, o Espírito Santo deve movimentar R$ 9,1 bilhões em novembro, um crescimento de 18,3% em relação a 2024, quando o volume foi de R$ 7,69 bilhões. O valor coloca o mês praticamente empatado com dezembro, que deve atingir R$ 9,4 bilhões em vendas, impulsionado pelo Natal e Ano Novo.
Mas, em meio ao entusiasmo das vitrines, a Sicredi Serrana faz um alerta: o desconto só é vantagem quando vem acompanhado de planejamento. A cooperativa, com atuação em cinco municípios capixabas, identifica três erros recorrentes que transformam a Black Friday em um risco para o orçamento.
O impulso disfarçado de economia
O primeiro erro é o mais comum — comprar por impulso acreditando estar economizando. Promoções-relâmpago, contagens regressivas e o medo de “perder a oportunidade” levam muitos consumidores a gastar com o que não precisam.
“O desconto dá sensação de ganho, mas se o produto não estava no planejamento, ele vira gasto, não economia”, explica Creiciano Paiva, educador financeiro da Sicredi Serrana.
Segundo ele, a pressa é inimiga do bolso. Reservar tempo para comparar preços e refletir se o item é realmente necessário pode evitar arrependimentos e endividamento no mês seguinte.
O 13º salário como armadilha
Outro erro frequente é usar o 13º salário como se fosse dinheiro extra. Muitos consumidores antecipam compras de Natal sem considerar contas que chegam logo depois — como IPTU, IPVA e despesas de férias.
“O ideal é enxergar o 13º como uma oportunidade de organizar a vida financeira. Uma parte pode ser destinada às compras planejadas, mas é essencial guardar outra para dívidas e reserva”, orienta Creiciano Paiva.
A falta de controle nesse momento costuma comprometer o início do ano. Planejar o uso desse recurso é o que diferencia o consumo responsável do consumo impulsivo.
O parcelamento que vira armadilha
O terceiro erro é o mais silencioso: o uso indiscriminado do crédito. Parcelar parece vantajoso, mas muitas vezes oculta juros embutidos e acumula prestações de diferentes meses.
“O parcelamento pode ajudar, desde que haja controle. O desconto de hoje não pode virar dívida amanhã”, alerta o educador financeiro Creiciano Paiva.
Ele lembra que o pagamento à vista ainda é a melhor opção para quem quer aproveitar as promoções sem comprometer a renda. E, ao parcelar, o ideal é respeitar o limite de 30% do orçamento mensal.
Planejar é aproveitar melhor
Além do varejo, o movimento da Black Friday impulsiona setores como transportes e logística, com previsão de movimentar R$ 2,52 bilhões, e serviços ligados ao turismo e lazer, que devem crescer 8,7%, chegando a R$ 750 milhões.
“O capixaba vive um momento de confiança e melhora de renda. É um bom cenário para consumir, mas o equilíbrio é o que garante que o desconto seja um aliado, e não um problema”, reforça Creiciano Paiva.
Para a cooperativa, a data é também uma oportunidade de aprendizado financeiro.
“A verdadeira economia é aquela que melhora o futuro. Comprar bem é importante — mas planejar é essencial”, conclui o educador financeiro.
Checklist para um consumo inteligente
- Liste suas prioridades e evite compras impulsivas.
- Compare preços e histórico de valores antes de concluir a compra.
- Defina um teto de gastos e mantenha-se fiel a ele.
- Prefira pagamento à vista ou com parcelas que não comprometam o orçamento.
- Guarde parte do 13º salário para emergências ou planos de longo prazo.











