Ecos de 2024 ressoam em 2025. Nos últimos dias, o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), e o ex-governador Paulo Hartung (a caminho do PSD) foram astros das movimentações.
Acompanhem os principais fatos e análises da semana.
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Articulação do Casão I
O corpo está em 2025, mas a cabeça, em 2026. O governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), já se movimenta para a sucessão ao Palácio Anchieta e, no melhor dos mundos, quer um consenso do seu grupo político para o entendimento de quem deverá ser o candidato ao Palácio Anchieta. As declarações foram feitas para o programa EntreVistas, gravado e exibido por ES Hoje nessa terça-feira (31/12).
Articulação do Casão II
O socialista elenca sete nomes potenciais do entourage. São eles: o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB); os prefeitos de Vila Velha e de Cariacica, Arnaldinho Borgo (Podemos) e Euclério Sampaio (MDB); o ex-prefeito da Serra Sergio Vidigal (PDT); e os deputados federais Da Vitória (Progressistas), Gilson Daniel (Podemos) e Helder Salomão (PT).
Articulação do Casão III
Afirmando que “se Deus quiser coordenará a sucessão” do Poder Executivo, Casagrande ressaltou que estes citados “são lideranças que estão no campo de debate conosco”. O governador entende que o PT, com Helder, por exemplo, pode ter candidatura própria para ajudar na reeleição do presidente Lula (PT), o que o chefe do Executivo acredita ser natural.
Articulação do Casão IV
Sabedor de que foi eleito, em 2022, com uma base altamente plural, o socialista pontuou que é possível manter esse grupo coeso, pois, nas palavras dele, ele sabe “compartilhar” na política. Então, é preciso chegar a um denominador comum e “nós temos seis nomes em condições de disputar o governo”, avaliou o governador.
Articulação do Casão V
Interessante notar que ao citar Da Vitória, cujo partido é sócio na nova gestão do prefeito da Capital, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e Gilson, fidelíssimo ao socialista, mas que dialoga com outras partes, o governador faz um aceno a grupos mais de centro-direita, que poderiam se bandear para outros projetos, como no especuladíssimo que envolve Pazolini e o ex-governador do Estado Paulo Hartung, que está prestes a se filiar ao PSD.
Articulação do Casão VI
Inevitavelmente, Ricardo Ferraço é o número 1 da lista de sucessão, especialmente se Casagrande vier para a disputa do Senado. Com isso, terá de renunciar ao cargo e Ricardo assume a batuta de chefe de Estado. Mas se não vier para nenhum pleito, aí o cenário muda, conforme indicou. E como ressaltou, tudo será conversado para definir aquele que terá a incumbência de ser o candidato da turma.
Articulação do Casão VII
Casagrande disse que já pensou sobre aposentadoria de disputa por cargos eletivos, mas despistou. Ponderou que poderia já ser em 2026, como também depois. Frisou que a militância, contudo, permanece.
Articulação do Casão VIII
Sobre 2025, uma das metas principais é a definição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que para ele é fundamental para a organização do projeto de 2026.
Articulação do Casão IX
Ele disse, com todas as letras, que vai se envolver nesse pleito. “Vou conversar com os deputados, vou ouvir a opinião dos deputados. Marcelo (Santos) está conduzindo bem a Assembleia. Mas eu tenho que ouvir os deputados, o Marcelo, os aliados. A Assembleia é fundamental para o projeto que temos em 2026”, declarou.
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Ponto de interrogação I
Assunto amplamente debatido ao longo do último fim da semana, a volta do ex-governador Paulo Hartung ao front da política, a partir da filiação dele ao PSD, em 2025, mexe com o tabuleiro do Estado e coloca alguns pontos de interrogação. 2025 será véspera do ano eleitoral, de 2026, no qual entes ligados às prefeituras e ao governo do Estado vão querer mostrar serviço, até mesmo para se cacifarem aos cargos que desejam. Isso também se aplica àqueles que estão como parlamentares atualmente.
Ponto de interrogação II
Claro que uma questão a ser observada é a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, logo no início de fevereiro. Para o governo do Estado, liderado por Renato Casagrande (PSB), será fundamental ter alguém que seja amplamente parceiro da gestão. Tanto o presidente da Casa de Leis, Marcelo Santos (União Brasil), quanto Vandinho Leite (PSDB), que são os principais postulantes ao posto, já realizaram intensas juras ao socialista. Marcelo foi além e estendeu a bandeira pela candidatura de Casagrande ao Senado.
Ponto de interrogação III
Será interessante notar como ficará o comportamento de alas parlamentares e o início de desenhos de novas parcerias. Um exemplo é a mais do que consolidada amizade entre Progressistas e Republicanos, que agora poderá ganhar de vez a companhia do PSD, o que gera uma trinca com representantes importantes.
Ponto de interrogação IV
Dessa possível trinca, é preciso pinçar nomes que vão estar nas campanhas majoritárias – Senado e Governo. E aí há muito cacique para pouca oca, o que leva a uma natural necessidade de entendimento. A chapa terá um ou dois candidatos a senador? Quem ganha e quem perde? E como compensar uma eventual perda. São fatores que serão analisados.
Ponto de interrogação V
A curiosidade é que todo esse processo de movimentação de tabuleiro se dá sem Paulo Hartung proferir pio algum. Tudo parte por outros atores, como o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente estadual da sigla, Renzo Vasconcelos.
Ponto de interrogação VI
Inevitavelmente, o nome de PH volta às rodas e ao recall de pesquisas, por exemplo. Caso realmente venha para a disputa, ele terá tempo de rodar o Estado e dialogar. E ainda terá que confrontar o que disse em 2018, no artigo “Por que vou pendurar as chuteiras”. À ocasião, declarou que é o que é “grave é obstruir a possibilidade de oxigenação das lideranças políticas do país”. Ora, se ele retorna para a disputa ao governo, não seria um tipo de obstáculo? Ou será que prefere, de repente, um embate ao Senado ou ser maestro de algum movimento?
Ponto de interrogação VII
Se novamente estiver no páreo, também se deparará com o que afirmou há seis anos. “Aos 61 anos, vou pendurar as chuteiras da disputa de mandato. Foi uma história bacana, e agora é página virada. Acho que a gente tem de saber a hora de parar”. Em 2018, ele falou explicitamente. Em 2024, às vésperas para 2025, ainda não. Só houve discursos pelos outros. Mas, inevitavelmente, caso PH esteja de volta às trincheiras, ele vai reeditar um confronto com Casagrande, seja direta ou indiretamente. E isso vai obrigar que grupos políticos tomem partido, o que obriga a criação de polos mais acirrados do que os vistos nas últimas duas eleições para o Palácio Anchieta.
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Foto da semana

Marcos Madureira (Progressistas) foi convocado e tomou posse, nessa quinta-feira (2), como deputado estadual, em ato realizado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União Brasil). Ele estava como suplente de Theodorico Ferraço (Progressistas), que se tornou prefeito de Cachoeiro de Itapemirim.
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Desejamos um ótimo fim de semana!




 
                                    








