Hermínia Azoury poderá vestir-se de rosa e continuar trabalhando contra a violência familiar. Mas, a partir de agora, não mais como a juíza que dedicou os últimos 13 anos de sua magistratura à coordenação da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
A juiz Hermínia se aposenta entregando projetos importantes para o Judiciário capixaba, como o “ônibus rosa do judiciário” – iniciativa cujo veículo itinerante oferece atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, levando apoio jurídico, psicossocial e informações sobre seus direitos e sobre a Lei Maria da Penha. O ônibus é equipado para funcionar como um espaço de acolhimento e orientação, ajudando a agilizar o acesso a medidas protetivas e fortalecer a rede de proteção das mulheres.
Além disso, foi a juíza Hermínia que levou adiante o projeto do Conselho nacional de Justiça (CNJ), Semana da Justiça Pela Paz em Casa. “Nós arregaçamos as mangas e fomos a lugares que vocês nem imaginam, mas fomos por eles, para eles e para aquelas mães que não sabiam para onde iam, tinham perdido o rumo da felicidade, que tinham tantas mazelas, mas superaram”, disse na despedida aos servidores de seu gabinete.
A reportagem de ES Hoje questionou ao TJES qual magistrada assumirá esse posto, mas não obtivemos retorno (o espaço está aberto).
Perfil
Hermínia Maria Silveira Azoury tem 31 anos de magistratura e assumiu a coordenadoria em defesa á mulher, desde sua instituição, em janeiro de 2011. Uma década depois foi designada para compor o comitê gestor do Banco Nacional de Medidas Protetivas de Urgência (BNMPU), representando a região sudeste.
Em setembro desse ano lançou o livro “Onde estão os filhos da violência?” – obra que assinou em parceria com a psicóloga Ana Paula Vieira Fraga e a educadora Karla Lopes da Silva Nascimento. O livro relata vários casos de violência no ambiente familiar e como isso reflete negativamente no psicológico e na aprendizagem escolar de crianças e adolescentes.











