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Caso Rayane Berger: “Arrancaram um pedaço de mim”, diz mãe

A mãe da pedagoga e miss pomerana Rayane Luiza Berger, morta em 2015 pelo então companheiro, Celso Luis Ramons Sampaio, divulgou um vídeo em que clama por justiça. “Cheia de vida, cheia de amor e sonhos”, diz Clarice Berger, ao descrever a filha.

Ela aguarda há quase 10 anos a conclusão do caso, confiante na atuação do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), que pede a condenação do réu. “Minha filha era uma pessoa muito alegre, cheia de amor e sonhos. A partida dela, tão repentina, trouxe  uma dor enorme a toda a família”, diz a mãe.

Clarice diz querer a verdade e que Celso seja punido. “Temos que lutar todos juntos para que outras mães não passem pela mesma dor que eu e minha família passamos nesse momento”.

Celso será julgado no dia 13 de março, às 8h, no Fórum Criminal de Vitória. Ele responde por ter matado Rayane no dia 6 de junho de 2015, e ter simulado um acidente. O júri foi marcado em outras ocasiões em Santa Maria de Jetibá, mas foi transferido para Vitória após a defesa dele alegar imparcialidade do júri e a segurança pessoal de Celso.

O corpo de Rayane foi encontrado no dia seguinte, por volta de 12h, dentro de um carro parcialmente submerso no leito do Rio Santa Maria da Vitória, na Rodovia ES-264. Ela estava sem cinto de segurança e tinha cortes profundos na nuca.

Exames de sangue e urina constataram que Rayane foi dopada com um sedativo. Manchas de sangue dentro do carro e outras informações levaram a Polícia Civil a concluir que não se tratou de um acidente.

“Diante dessas informações que demonstram que não ocorreu um acidente de trânsito, mas sim um crime de homicídio, a Policial Civil iniciou as investigações e ao final concluiu que responsabilidade pelo crime era de Celso, companheiro de Rayane”.

Conforme denúncia do MPES, Celso e Rayane estavam juntos há 4 anos, mas era um relacionamento conturbado. Antes de morrer, ela teria sido dopada por ele – que é médico – pelo menos três vezes e, em uma das ocasiões, foi estuprada.

Rayane, então com 23 anos, também descobriu que a irmã era assediada por Celso e ainda que era traída. Por outro lado, Celso também descobriu uma traição de Rayane e ela acabou engravidando. Ele desconfiou que não era o pai, mas ela perdeu o bebê.

Foi por essa traição que Celso decidiu matar Rayane. Os dois jantaram juntos na noite do crime e, horas depois, ele a matou dentro do carro “em algum local no trecho entre a Coopeavi e a região de Ilha Berger” desferindo “golpes com algum objeto que pudesse causar as lesões contundentes na região occipital (nuca) descritas no laudo cadavérico”, diz a denúncia.

Com Rayane morta, Celsou deixou o corpo no banco do motorista, colocou o veículo em movimento (o carro possuía câmbio automático) e o carro seguiu em linha reta, em baixa velocidade, até cair no leito do Rio Santa Maria. Para o MPES, “Celso agiu de maneira para que tudo parecesse um acidente”.

Celso, atualmente, tem 69 anos e está em prisão domiciliar por problemas de saúde.

 

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