O deputado estadual Sérgio Meneguelli (Republicanos) reagiu aos ataques que vem recebendo do vereador de Vitória, Armandinho Fontoura (PL). O parlamentar conversou com a reportagem do ES Hoje e disse que as investidas do vereador começaram após sua aproximação política com o ex-governador Paulo Hartung (PSD) e no momento em que seu nome passou a circular como possível candidato ao Senado em 2026.
As declarações ocorrem em meio à circulação de informações sobre o acórdão da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), referente à ação penal do chamado “Esquema das Associações”, que investigou desvios de verbas da Assembleia Legislativa entre 1999 e 2002. No documento, o tribunal manteve condenações de ex-dirigentes da Ales e apontou existência de um esquema organizado de desvio de recursos por meio de subvenções sociais.
Na mesma decisão, no entanto, Sérgio Meneguelli foi absolvido, com base no art. 386, III e V, do Código de Processo Penal. De acordo com o acórdão, não houve comprovação de participação do deputado no esquema, e a Justiça reconheceu que ele não ocupava cargo público à época e que o valor depositado em sua conta se referia a um evento realizado por sua floricultura, sem cobrança indevida à Assembleia.
O parlamentar afirma que a divulgação recente da peça jurídica estaria sendo usada para associá-lo indevidamente aos réus condenados.
“Isso vem acontecendo desde o dia em que eu apareci ao lado de Paulo Hartung. Agora, pelo discurso do vereador Armandinho Fontoura, além de me ofender, me chamando de apelidos pejorativos, ele diz que vai dividir a direita. Isso pode ser comprovado pelo vídeo que ele fez”, relembra o parlamentar.
Sérgio Meneguelli ainda comenta sobre sua posição em pesquisas: “Nas pesquisas, estou entre os favoritos para concorrer ao Senado em 2026. Tenho informações extraoficiais que comprovam isso. Esse ataque deixa claro a tentativa de minar minha candidatura. Eu nunca conversei com este vereador. No último sábado, em Guarapari, no evento Guará de Ouro, ele pediu para um assessor filmar e começou a me agredir verbalmente”.
Meneguelli também comentou diretamente sobre o processo citado por seus adversários. Ele afirma que o caso já está esclarecido judicialmente desde 2019 e que a recente repercussão estaria ligada ao ambiente eleitoral.
“Sobre este processo que a mídia está divulgando, eu quero deixar claro que eu não ocupava cargo público como já ficou comprovado. Eu tinha uma floricultura e fiz um evento que não havia recebido por ele, e ficou provado na Justiça que eu não cobrei nada da Assembleia. E o caso foi publicado agora de uma forma que dá a entender que eu respondo junto com José Carlos Gratz, mas isso não existe”.
No acórdão, a Primeira Câmara Criminal condenou ex-dirigentes da Assembleia por peculato, manteve penas e reconheceu existência de desvios superiores a R$ 26 milhões, mas absolveu Meneguelli, apontando falta de provas de participação e registrando que o episódio envolvendo depósito de R$ 5 mil não configurou crime.
O deputado também criticou seu partido, Republicanos, afirmando que aguardará a abertura da janela partidária para migrar ao PSD.
“Eu só não saio do Republicanos agora porque eles não me dão carta de alforria. O partido me deu uma rasteira quando eu tinha chances de ser eleito senador. Só sobrou pra mim o cargo de deputado estadual e tive mais de 138 mil votos e puxei três candidatos. Eu deixo claro que estou com o pé no PSD. Quando fui prefeito, Paulo Hartung me ajudou muito e, diferente dos Republicanos, não puxa tapete de ninguém”.
Armandinho, que é filiado ao PL, vem fazendo críticas públicas ao parlamentar. Da tribuna, o vereador já classificou Meneguelli como “demagogo”, “fanfarrão” e “Baby Sauro”, além de acusá-lo de representar “um estelionato eleitoral orquestrado” para desviar votos da direita.
Meneguelli afirma que continuará respondendo às investidas. “São ataques gratuitos. Tentam me carimbar como esquerdista. Eu sou de centro. Eles falam de democracia, mas quando você discorda, te classificam como comunista. Eles não vão parar, vão piorar, mas deixo claro: bateu, levou. Tenho ficha limpa, não tenho condenação. Não sei quem é Armandinho, apenas vi nos jornais que ele usa tornozeleira. Esses apelidos não me incomodam. O que fazem é política com o estômago, por pessoas rancorosas”.
Até o momento, o parlamentar mantém a posição de disputar o Senado e aguarda apenas a janela partidária para definir sua nova filiação.











