Ele quer concorrer a senador, se reuniu com Marcelo Santos e Ricardo Ferraço, e sua esposa está no Governo Pazolini em Vitória. Esta é a situação do ex-deputado federal Carlos Manato, que nas eleições de 2022 concorreu a governador pelo PL, contra Renato Casagrande (PSB), e perdeu em segundo turno.
Apesar de ter recebido reconhecimento pelo feito de levar a disputa à segunda etapa, a situação partidária de Manato não ficou confortável: herdou uma dívida eleitoral e não teve espaço no PL do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, com quem chegou a ter relação fraterna trazendo a liderança nacional pela primeira vez ao Espírito Santo.
Depois de mais de um ano mergulhado e isolado, há meses vem se manifestando com desejo de concorrer a senador – o que será inviável no PL, uma vez que o presidente da sigla no ES, senador Magno Malta já anunciou o nome da própria filha, maguinha Malta e, em âmbito nacional o presidente Bolsonaro teria alinhado apoio ao deputado Evair de Melo (Progressistas).
“Tem muita gente vendendo esse mal estar com o Magno Malta. Eu sou muito grato ao Magno Malta por toda a parceria, qualquer divergência pontual ficou pra trás”, declarou.
Mas, se não tem divergência ou mal estar, o que justificaria ele tentar outros partidos para se filiar? O próprio Carlos Manato tem buscado um retorno ao Solidariedade – sigla que liderou em território capixaba. O partido hoje é federado com o PRD. Questionado sobre a aproximação com PRD e Solidariedade, em meio à sua indisposição com o PL, Manato classificou o episódio como “momentâneo”. Também evitou comentar divergências internas ao ser perguntado sobre a pré-candidatura de Maguinha Malta.
Foi nessas conversas que viabilizou a filiação de sua esposa, a ex-deputada federal Soraya Manato, ao Partido Progressistas, e a nomeação dela como secretária na gestão Pazolini (Republicanos), na prefeitura de Vitória. E, mais do que isso: encontros como lideranças políticas, como recentemente com o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo (União Brasil) e o vice-governador, Ricardo (MDB).
Segundo ele, o encontro foi “uma conversa só de conjecturas”. O ex-parlamentar afirmou que mantém diálogo amplo: “Recebo e converso com todos. Tivemos em lados opostos, mas também tivemos mais de um milhão de votos na eleição passada, representamos a sociedade capixaba e estaremos presentes no pleito de 2026”.
O ex-deputado acrescentou que sua experiência acumulada em diferentes funções públicas continua orientando suas articulações políticas retornou ao tema: encontro com Ferraço e Marcelo Santos. “Estou com o meu empreendimento em Domingos Martins que gera emprego e renda e eles tiveram a oportunidade de conhecer. Tenho uma exitosa passagem na administração pública, em que tivemos muito contato. Nós fomos à bancada federal juntos, no movimento ‘Fora Dilma’, lá atrás”, relembrou ao citar Ferraço e Marcelo Santos.
Segundo Manato, as conversas seguirão até a definição do seu rumo para 2026. “Estou em diálogo e o que posso afirmar é que estarei presente no pleito do ano que vem”, concluiu.
O ex-deputado também afirmou que seu posicionamento político seguirá firme. “Manato tem responsabilidade com o povo do Espírito Santo e não irá fugir ao desafio de representar e defender o Estado do Espírito Santo e o Brasil, sobretudo, desse caminho que a esquerda está tomando”, disse.
Ao comentar temas nacionais, Manato citou a segurança pública e relacionou o cenário capixaba a episódios recentes do Rio de Janeiro. Ele defendeu mais investimentos e ações integradas. “É preciso uma política de segurança que funcione de verdade, com investimento, inteligência e efetividade nas ações”, afirmou.
