A Câmara dos Deputados foi palco de uma audiência pública conjunta das Comissões de Agricultura e de Educação para discutir os impactos da autorização de cursos de Medicina Veterinária na modalidade de Ensino à Distância (EaD). O debate foi proposto e presidido pelo deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES), autor do requerimento que originou a discussão.
A iniciativa veio após a decisão do Ministério da Educação de retirar a Medicina Veterinária da lista de cursos da área da saúde proibidos de serem ofertados no formato EaD, medida que provocou forte reação entre profissionais, instituições e parlamentares.
Na abertura, Messias Donato destacou a importância da formação presencial para garantir profissionais qualificados e responsáveis pela defesa sanitária e pela saúde única, ressaltando os riscos para a segurança alimentar da população.
O encontro reuniu representantes do MEC, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), da Associação Brasileira de Ensino em Medicina Veterinária (ABRAMVET), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Frente Parlamentar Mista da Medicina Veterinária, além de parlamentares e lideranças do setor.
Durante os debates, Mauro Moreira, presidente do CRMV-RS, alertou para o prejuízo na formação prática dos futuros profissionais, questionando a possibilidade de formar veterinários sem vivência em campo. O deputado Bruno Ganem (Podemos-SP), coordenador da Frente Parlamentar da categoria, também se posicionou contra o EaD, defendendo formação sólida, presencial e de excelência.
Na mesma linha, Rômulo Cézar Spinelli Ribeiro de Miranda, vice-presidente do CFMV, reforçou que não aceitará modelos que comprometam a qualidade da formação de profissionais que atuam na saúde animal e na segurança alimentar.
Ao encerrar, Messias Donato reafirmou que o tema continuará em debate na Câmara, com foco na defesa da educação de qualidade e na valorização da Medicina Veterinária como pilar da saúde pública e do agronegócio. O consenso entre os participantes foi claro: a formação prática e presencial é indispensável para garantir profissionais capacitados e proteger a saúde de animais, pessoas e do meio ambiente.