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Golpe do ‘falso advogado’: quadrilha que fez vítimas no ES é descoberta no Ceará

Uma quadrilha responsável por aplicar golpes do “falso advogado” em vítimas do Espírito Santo e de diversos outros estados foi descoberta no Ceará após uma investigação da Polícia Civil capixaba. A operação contou com o apoio da polícia cearense, que auxiliou na localização dos envolvidos e no cumprimento dos mandados judiciais.

As investigações, iniciadas no fim de outubro, resultaram na prisão de Thalisson Felipe Nobre de Mendonça, de 25 anos. Outras duas mulheres, Luana Tamyres Sousa Matos (19) e Vitoria Mariane Sombra de Almeida (25), respondem ao processo em liberdade. Um quarto suspeito, Raylisson Alves Cavalcante, de 21 anos, segue foragido.

Como funcionava o golpe

De acordo com o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, da Desarme e do Ciat, o grupo acessava bancos de dados do Judiciário e também informações privadas para identificar pessoas que haviam vencido ações na Justiça. Depois, descobriam quem eram seus advogados e se passavam por eles.

Os golpistas então entravam em contato com as vítimas afirmando que a ação havia sido ganha, mas que, para liberar os valores indenizatórios, seria necessário pagar uma taxa antecipada. Os valores solicitados variavam entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Após o primeiro pagamento, criavam novas exigências falsas, prolongando a fraude até que a vítima percebesse o golpe.

Segundo a Polícia Civil, o contato era feito principalmente pelo WhatsApp, com uso das fotos reais dos advogados para dar credibilidade ao esquema. Uma das vítimas chegou a perder R$ 100 mil.

Descoberta do esquema

Por questões de segurança e para não comprometer as investigações, a polícia não detalhou os métodos utilizados para identificar os suspeitos, mas afirmou ter conseguido rastrear os equipamentos usados na fraude. As apurações indicam que o grupo fez milhares de vítimas em todo o país.

Além dos investigados diretamente ligados ao golpe, a polícia identificou pessoas consideradas superiores na hierarquia, responsáveis por criar um “modelo de negócio”. Esses indivíduos não apenas desenvolveriam a metodologia da fraude como também a venderiam para outros criminosos, recrutando pessoas tanto com antecedentes quanto sem histórico criminal.

Segundo o delegado, o grupo acreditava que não seria descoberto.
“Não existe crime perfeito. Se a polícia tiver o tempo necessário para investigar a fundo, é possível chegar pelo menos na autoria do crime”, afirmou.

Aumento de estelionatos

O delegado destacou que os estelionatos cresceram de forma expressiva nos últimos anos, especialmente após 2019 — quando uma mudança na legislação passou a exigir que a vítima formalize ocorrência para que a investigação seja iniciada — e também após a pandemia, período em que aumentaram as operações online.

“Os criminosos aproveitaram e vêm trocando os crimes violentos por delitos não violentos. O estelionato hoje representa uma parcela muito maior que o roubo. Os autores desses crimes não são pessoas comuns que decidiram ir para o crime; existem grandes organizações e até facções criminosas por trás, vendendo tutoriais e ensinando esse modelo de negócio”, explicou.

Orientações

O delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda, reforça que, ao receber mensagens supostamente enviadas por advogados solicitando pagamentos para liberar valores de processos, o cidadão deve buscar outras formas de contato com o profissional, além do WhatsApp, antes de repassar qualquer quantia.

“Quando você receber alguma informação de que tem dinheiro a receber de uma ação, entre em contato com seu advogado por um canal seguro — email, telefone do escritório. Não se deixe levar por mensagens que oferecem facilidade. Quando for fácil demais, desconfie, porque pode ser golpe”, alertou.

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