Dois homens mortos em confronto com a Polícia Militar (PMRJ) horas antes da entrada das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha, no último dia 28, foram incluídos na lista de mortes da Operação Contenção divulgada pela Polícia Civil (PCRJ).
Um deles foi citado por Cláudio Castro (PL) como um dos suspeitos que morreram na ação, sendo apontado pelo governador como chefe do Comando Vermelho no Espírito Santo.
As mortes ocorridas antes do início da operação foram reveladas pela Folha de S.Paulo.
Os nomes de Alisom Rocha, conhecido como Russo, e Michael Douglas Rodrigues aparecem na relação da polícia. Documentos obtidos pela reportagem mostram que ambos foram levados ao Hospital Municipal Salgado Filho cerca de quatro horas antes do início da incursão, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.
O número de atendimento médico registrado no hospital também consta nas fichas de autópsia e no inquérito que investiga as mortes, ocorridas após um confronto com policiais que faziam patrulhamento de rotina.
Inicialmente, as identificações não tinham sido incluídas no registro de ocorrência, mas a reportagem apurou que o documento foi atualizado com os nomes.
Enquanto recebiam atendimento, os dois afirmaram a policiais que eram lideranças do CV e que haviam deixado os complexos porque receberam informação vazada de que a operação ocorreria. O relato foi registrado pelos militares em boletim de ocorrência na Delegacia de Homicídios. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro, a informação não será investigada.
Em nota, a Promotoria disse que “não recebeu, até o momento, qualquer informação oficial sobre eventual vazamento da operação”.
O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, negou que tenha ocorrido vazamento sobre a operação.
“Quem disse que houve vazamento foram vocês. O que a gente falou é que, com a movimentação de viaturas, blindados e 2.500 agentes, os criminosos naturalmente ficam em estado de alerta em todas as comunidades. A gente repudia essa manchete sensacionalista”, afirmou após a publicação da reportagem sobre o vazamento.
Já o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, disse, em entrevista à Folha, que “para haver uma investigação tem que ter justa causa. Não um policial que ouviu dizer num grupo de WhatsApp”.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – BRUNA FANTTI











