Um jovem de 20 anos, soldado do Exército, foi preso nesta quinta-feira (6) no bairro 1º de Maio, em Vila Velha, na Grande Vitória, durante a Operação “Terra Santa”, deflagrada pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do município.
De acordo com a Polícia Civil (PCES), o militar não era alvo da operação, mas acabou detido após se assustar com a presença dos agentes e tentar fugir pelo telhado de uma casa.
Com o jovem, os policiais encontraram drogas e um pedaço de madeira com pregos e arames farpados, descrito como uma espécie de “porrete”, que pode ter sido usado para agredir rivais e desafetos.
O soldado foi levado à delegacia, onde foi autuado por tráfico de drogas.

Operação mirava mandantes de tiroteio que matou adolescente e manicure
A Operação “Terra Santa” teve como objetivo cumprir 29 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão preventiva nos municípios de Vila Velha, Cariacica e Serra.
A ação é resultado das investigações sobre o duplo homicídio ocorrido em 10 de agosto, no bairro Santa Rita, em Vila Velha, que vitimou a adolescente Sophia Vial da Silva, de 15 anos, e a manicure Andrezza Silva Conceição, de 31 anos. Outras três pessoas ficaram feridas, entre elas uma criança de 3 anos.

Ao todo, 170 agentes participaram da operação, que contou com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), de delegacias especializadas do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vila Velha.
“Esse trabalho fez parte de um plano de contingenciamento do Estado, após operação no Rio de Janeiro. Em Vila Velha, monitoramos toda a situação, não apenas em campo, mas também com inteligência. A Operação ‘Terra Santa’ foi cuidadosamente planejada e demonstrou nosso compromisso em retirar das ruas aqueles que não podem conviver em sociedade. A população pode confiar no trabalho das forças de segurança e do programa Estado Presente”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

O delegado adjunto da DHPP de Vila Velha, Cleudes Júnior, explicou que os ataques investigados não tinham um alvo específico, mas buscavam intimidar a população.
“As investigações indicaram que os ataques não possuíam um alvo específico, mas tinham o objetivo de intimidar a população. Qualquer pessoa que estivesse em áreas dominadas pela facção rival podia ser atingida, com a intenção de forçar a saída de moradores de suas residências. Os indivíduos já presos confessaram a prática dos crimes, mas tentaram proteger integrantes da hierarquia superior. Embora alegassem ter agido de forma independente, as apurações demonstraram que suas ações ocorreram sob ordens da liderança da facção, e que tais ‘soldados’ não realizam atos sem autorização da direção do grupo.”
O delegado reforçou o apelo à população: “Qualquer informação sobre o paradeiro dos suspeitos deve ser repassada pelo telefone do Disque-Denúncia, o 181, permitindo que nossas equipes ajam rapidamente para prender os responsáveis e garantir a segurança da comunidade.”
O nome “Terra Santa” faz referência ao bairro Santa Rita, em Vila Velha, onde pontos de confronto entre facções ficaram conhecidos como “Faixa de Gaza”, em alusão aos intensos conflitos pelo controle do tráfico de drogas na região.











